“Creio que a instabilidade que nalgumas áreas da União Europeia se tem vindo a sentir em torno da situação orçamental de alguns países da zona euro mostrou claramente que Portugal corre o risco de vir a ser afectado também por uma onda de choque dessa instabilidade que se poderá gerar”, disse Teixeira dos Santos durante a sua audição a propósito do Programa de Estabilidade e Crescimento, na Comissão de Orçamento e Finanças.

O ministro voltou a sublinhar que a situação da economia portuguesa “não tem nada a ver com a situação económica, financeira e do sistema financeiro por exemplo da Grécia”, mas admitiu que, apesar de muitos analistas terem chamado à atenção para essa distinção, “muitas vezes, a forma como os mercados reagem parece não ter em conta claramente essa distinção”.

O governante considerou que esta “colagem” à Grécia e a outros países em maiores dificuldades exige “uma correcção da situação das contas públicas que tem de ser credível e que tem, de alguma forma, de tranquilizar aqueles que são chamados a financiar a economia portuguesa”.

“Temos que ter consciência de que, se não dermos sinais claros de que somos capazes de o fazer [consolidação orçamental], teremos de enfrentar um período de turbulência e de dificuldade da economia que com certeza afectará e muito a capacidade de assunção de riscos e de crescimento da economia”, disse.