POSITIVO e NEGATIVO

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Jorge Jesus
Está de parabéns. Primeiro porque conquistou o primeiro troféu da sua carreira (ou segundo se contarmos com a Taça Intertoto). Depois porque o fez conseguindo, mesmo assim, gerir o esforço do plantel, que garantiu na quinta-feira a passagem aos quartos-de-final da Liga Europa. Todo o trabalho que tem desenvolvido no Benfica nesta temporada começou a dar frutos. A equipa somou o 24.º jogo sem perder, em todas as competições, e o 23.º consecutivo a marcar. E soma nada mais nada menos do que 103 golos.

Carlos Martins
Um grande pontapé de livre directo, um grande golo que deitou por terra as esperanças do FC Porto, a encerrar o primeiro tempo da partida.

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FC Porto
Muito longe da equipa que marcou as últimas quatro temporadas, em que não teve adversário interno à altura. É certo que pode queixar-se das lesões, mas isso não justifica tudo.

Nuno
A intranquilidade dos “dragões” começou no guarda-redes e no golo que permitiu a Amorim.

Bruno Alves
De cabeça perdida no final da primeira metade, não transmitiu, como capitão, a serenidade que devia aos companheiros.

Distúrbios
Fora e dentro do estádio, alguns adeptos provocaram incidentes lamentáveis.

Sem grande esforço, Benfica atropelou o FC Porto

Foto
Carlos Martins festeja o segundo golo do Benfica Nacho Doce/Reuters

A tradição dos penáltis na final da Taça da Liga, no Estádio Algarve, foi neste domingo interrompida pelo Benfica. Os lisboetas precisaram apenas de 45’ para garantirem o primeiro troféu da temporada, frente a um FC Porto irreconhecível. A vencer por 2-0 no final do primeiro tempo, a equipa da Luz geriu o resultado no reatamento e carimbou o triunfo, por 3-0, já em cima dos 90’.

Era assumidamente a menor das prioridades de Jorge Jesus nesta temporada, mas mesmo assim o técnico não descurou aquele que se tornou no seu primeiro título ao serviço do Benfica. A vitória “encarnada” foi incontestável, frente a um adversário que nunca contrariou a tendência do marcador. Aos “dragões” resta agora apenas a Taça de Portugal, para evitar a total derrocada de uma temporada onde ainda sonhou com um pentacampeonato.

Um grande “frango” de Nuno Espírito Santo, logo aos 9’, permitiu a Ruben Amorim abrir o marcador no Algarve, no primeiro remate dos lisboetas no encontro. O lance ampliou o nervosismo inicial dos “dragões”, que foram incapazes de suprimir a falta de Varela, que se lesionara na véspera. Mesmo assim, coube aos portistas a primeira oportunidade de golo, aos 7’, com Rodriguez a testar Quim.

Em desvantagem, os nortenhos não conseguiam reagir, encontrando as maiores dificuldades nas transições atacantes, face à pressão benfiquista. Falcao era quase sempre um elemento isolado no ataque e presa fácil para os centrais lisboetas. O balanço atacante do FC Porto no primeiro tempo resumiu-se a uma ameaça de autogolo de Fábio Coentrão (após lance individual de Falcao na área de Quim) e a um remate ligeiramente ao lado de Belluschi.

A motivação da equipa de Jorge Jesus é total nesta fase da temporada e o técnico permitiu-se 
mesmo, como era expectável, gerir o plantel, fazendo descansar alguns dos habituais titulares, tendo em vista a recepção ao Sp. Braga, no próximo fim-de-semana, numa partida que poderá ser determinante para o título.

No total, foram quatro as alterações promovidas pelo técnico “encarnado”, face ao conjunto que defrontou na quinta-feira o Marselha, na Liga Europa (2-1). Na baliza, Quim rendeu Júlio César, mantendo-se o quarteto defensivo que alinhou em França. A maior surpresa terá sido a chamada de Airton para o lugar de Javi García no meio-campo defensivo, enquanto Ruben Amorim substituiu Ramires. Aimar (Saviola) e Kardec (Cardozo) foram as restantes novidades.

Menos surpresas no FC Porto, onde Nuno manteve a titularidade na Taça da Liga, salientando-se o aguardado regresso de Fernando, após longa lesão. De fora, já se sabia, ficou o lesionado Varela.Numa partida a roçar os limites da agressividade, o Benfica não iria para o intervalo, sem deixar praticamente resolvida a questão da vitória. Para tal, Carlos Martins desencantou uma bomba mesmo em cima dos 45’, na marcação de um livre, a mais de 30 metros da baliza, que voltou a bater Nuno.

No reatamento, o Benfica limitou-se a gerir o resultado, com o FC Porto a ser incapaz de relançar o encontro - ou sequer ameaçar. Jesualdo Ferreira ainda refrescou a linha direita, fazendo entrar Fucile e Valeri (passando Belluschi para a posição número 10), mas o cenário permaneceu inalterado. Sem grandes pontos de interesse, a partida entrou na recta final, com Jesus a recorrer, sem cerimónia, aos fortes argumentos que tinha no banco (em contraste com o deserto de alternativas do seu adversário). Um deles, Cardozo, ainda chegou a tempo de dar ao triunfo contornos de goleada, em cima dos 90’.

Ficha de jogo

Benfica 3



FC Porto 0


Jogo no Estádio do Algarve. Assistência 23 430 espectadores.

Benfica

Quim 6, Maxi Pereira 6, Luisão 6, David Luiz 7, Fábio Coentrão 6, Airton 6, Ruben Amorim 7, Carlos Martins 7 (Ramires 6, 67’), Aimar 6 (Saviola 6, 62’), Di Maria 6 e Kardec 6(Cardozo 6, 77’). Treinador Jorge Jesus

FC Porto

Nuno 3, Miguel Lopes 6 (Fucile 6, 46’), Rolando 5, Bruno Alves 4, Álvaro Pereira 5, Fernando 6, Raul Meireles 5, Ruben Micael 4 (Valeri 5, 46’), Belluschi 5 (Orlando Sá 5, 71’), Rodriguez 4 e Falcao 4. Treinador Jesualdo Ferreira

Árbitro Jorge Sousa 6, Porto. Amarelos Miguel Lopes (10’), Belluschi (38’), Maxi Pereira (39’), Bruno Alves (45+1’), Aimar (45+1’), Raul Meireles (51’), Fábio Coentrão (85’) e Ramires (89’).

Golos

1-0, por Ruben Amorim, aos 10’; 2-0, por Carlos Martins, aos 45’ e 3-0, por Cardozo, aos 90+2’.

Notícia actualizada às 22h45
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