Sindicatos acusam administração da Carris de “pressões” para motoristas trabalharem
“Há muitos motoristas que estão ao serviço por via dessas pressões, pois foram informados de que, se aderissem à greve, os seus contratos não seriam renovados”, relatou Manuel Oliveira, do Sindicato Nacional de Motoristas, acrescentando tratar-se de “artifícios” da administração da Carris, os quais eram “já esperados”.
Questionado sobre as alegadas pressões por parte da administração da empresa para os trabalhadores não aderirem à greve, o secretário-geral da empresa, Luís Vale, desmentiu as acusações do Sindicato Nacional de Motoristas. “Não corresponde, de todo, à verdade”, garantiu.
Alegadas violações no acordo da empresa por parte da administração estão na origem da greve dos trabalhadores da rodoviária Carris, durante quatro horas, entre as 8h00 e as 12h00 de hoje.
Adesão da ordem dos 40 por cento às 8h30Em causa está o alegado incumprimento das obrigações da empresa em caso de doença, a falta de atribuição das licenças devidas, inexistência de instalações sanitárias e instauração de processos disciplinares considerados pelos trabalhadores como sendo injustificados.
Em declarações à Lusa, Manuel Oliveira garantiu que às 8h30, estava já assegurada uma “adesão à greve na ordem dos 40 por cento”, um valor que não é ainda definitivo, dada a contabilização não estar concluída.
A administração da Carris, por sua vez, afirma que “92 por cento da oferta da empresa está disponível”, assegurando que a transportadora está a “funcionar normalmente”.
“A maioria dos trabalhadores não aderiu à greve, o que demonstra o seu sentido de responsabilidade”, afirmou Luís Vale à Lusa.