Quem são os outros três professores premiados

Prémio Inovação: Wagner Diniz - Escola de Música do Conservatório Nacional, Lisboa

Foi na EB 2,3 Miguel Torga, em Casal de S. Brás, na Amadora, que nasceu a primeira Orquestra Geração (OG), em 2007, inspirada no sistema venezuelano, onde as crianças aprendem a tocar um instrumento antes de saber as notas. A ideia de trazer esta experiência para Portugal foi de Wagner Diniz, anterior director da Escola de Música do Conservatório Nacional (EMCN), em Lisboa. O ano passado, três escolas públicas tinham uma OG; este ano são dez, todas na Área Metropolitana de Lisboa, e Amarante é o próximo destino deste projecto, congratula-se o seu criador. "O prémio não é só meu, é atribuído a um projecto do Conservatório, que faz 175 anos e que, ao longo dos anos, sempre soube adaptar-se aos novos tempos", defende. Foi Mafalda Pernão, a actual directora da EMCN, quem enviou a candidatura para o ministério.


Prémio Liderança: Antónia Vidal de Castro - Escola Júlio Dinis, Ovar

Teimosa e assertiva. Crítica do excesso de burocracia que encurtou o tempo à classe docente e da "inabilidade" na divulgação e aplicação das últimas reformas de Maria de Lurdes Rodrigues - que classifica de "pessoa de coragem, que sabia o que queria". Participou na maior manifestação dos professores, em Lisboa, no ano passado. "Foi como reviver o 25 de Abril." Defende os contratos de autonomia e aplaude as políticas de acção social. Antónia Vidal de Castro, 55 anos, professora de Filosofia e de Psicologia há 34 anos, directora da Secundária com 3.º ciclo Júlio Dinis, em Ovar, ganhou o Prémio de Mérito Liderança. Liderança que foi posta à prova quando a anterior equipa ministerial quis implementar o modelo de avaliação. Teve de gerir conflitos na escola frequentada por 722 alunos.


Prémio Carreira: José Dias Gabriel - Escola Secundária Egas Moniz, Resende

Ontem, pouco antes de receber o prémio, dizia-se "compensado". Foi professor mas, principalmente, lutou para que todos pudessem estudar em Resende, um concelho do Douro profundo. Sabe o que isso vale: agora tem 61 anos, mas em rapaz via-se obrigado a fazer 14 horas de caminho a pé, de casa a Lamego, todos os fins-de-semana, para chegar ao seminário que lhe deu os primeiros estudos superiores. Já homem, aliou a intervenção política à social, justifica, para conquistar aquilo a que a sua terra "tinha direito". Durante 17 anos - embora com interrupções entre 1976 e 2001 -, foi presidente da assembleia municipal. Foi graças à sua luta e à de outros que, em 1986, nasceu a escola secundária que dirigiu até ao ano passado, quando se aposentou. Frequentam-na mais de 300 alunos.


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