Santana critica silêncio dos candidatos sobre “lei da rolha” durante o congresso

Foto
Tanto Passos Coelho como Paulo Rangel estão contra a norma do ex-líder do partido Daniel Rocha (arquivo)

“Ou não estavam informados e não se prepararam, porque quem está num congresso como participante, quem faz discursos de candidato, quem fala sobre tudo, tem a obrigação de conhecer as propostas que estão em cima da mesa, ou se estavam informados e não disseram lá dentro e só dizem quando saem a porta e vêem os jornalistas, então é inadmissível”, afirmou o social-democrata.

Santana Lopes questionou também o PS, que vai levar o assunto a discussão no Parlamento. “Esta norma existe nos estatutos do Partido Socialista português, da Juventude Socialista, do Partido Socialista Operário Espanhol, do Partido Socialista francês, para ir só aos partidos de esquerda... Eu compreendo que o Partido Socialista queira desviar atenções de outras matérias”, acrescentou.

Ontem o candidato Pedro Passos Coelho enviou uma carta ao presidente do Congresso do PSD na qual pedia que na próxima reunião magna do partido seja incluída na ordem de trabalhos a votação da chamada “lei da rolha”. Rui Machete, à TSF, já considerou o pedido como “razoável”. O candidato Paulo Rangel também já se comprometeu a revogar a norma caso venha a ser eleito.

O líder da bancada parlamentar do PS informou, por seu lado, que vai levar ao plenário do Parlamento, já amanhã, o debate sobre a alteração estatutária do PSD. “Não é uma questão interna do PSD. Não é, porque os partidos políticos têm responsabilidades públicas e quando um partido político adopta uma norma desta natureza isto fere a Democracia no seu conjunto e ofende o sistema partidário no seu todo”, explicou Francisco Assis. Já o líder centrista, Paulo Portas, disse que o CDS-PP nunca acolherá nem apoiará uma norma deste tipo.

Apesar da polémica, a título pessoal, Morais Sarmento disse que não vê “razão para tanto barulho” com uma norma estatutária, nem quer “alimentar este carnaval autofágico”. O presidente do conselho de jurisdição do PSD não apresentaria nem votaria a proposta, mas acha que esta é “uma opção política e não uma questão jurídico-constitucional”. O que se cria é “uma norma preventiva”, “um dever de reserva nos 60 dias antes das eleições”. “Os militantes não estão preocupados, não percebo por que está o país tão preocupado. Só se for para ‘tapar’ os resultados do congresso”, resumiu.

Sugerir correcção
Comentar