O enigma Majorana por Magueijo

Foto
O livro sobre Majorana é o segundo do físico português João Magueijo Daniel Rocha

Numa noite de Março de 1938, o físico italiano Ettore Majorana apanhou um navio de Nápoles, onde trabalhava há pouco tempo, para Palermo e desapareceu para sempre. Levava o passaporte e o equivalente a 50 mil euros. Tinha 31 anos. Ninguém sabe o que aconteceu, o corpo nunca foi encontrado. Suicidou-se, pois afinal estava deprimido há cinco anos? Ou quis isolar-se de todos, incluindo de uma mãe dominadora, refugiando-se num mosteiro?

João Magueijo não resistiu ao fascínio que Majorana lhe desperta há quase duas décadas. "Tem-me acompanhado durante toda a minha carreira científica como uma sombra que não consigo afastar, lembrando-me sempre da sua história", conta o físico português, 42 anos, a trabalhar no Imperial College, em Londres, e que começou a ser falado em todo o mundo desde que, há uma década, questionou um dos pilares da teoria da relatividade de Einstein. "Não fiquei apenas interessado em saber o que lhe aconteceu, fiquei agarrado à questão: "O que o levou a desaparecer?""

Pensava em escrever um livro há anos. "Juntei documentos e li quase tudo o que tem sido escrito sobre ele, mas a minha pesquisa era lenta e por acumulação, sem grande objectivo. Sempre adiei para um futuro incerto passar à escrita."

Por altura do centenário do nascimento de Majorana, a 5 de Agosto de 2006, Magueijo estava a ler artigos de jornal sobre o físico e foi então que decidiu passar à acção. Apanhou o avião para a Sicília e pôs-se no encalço de Ettore (a forma familiar como começou a chamar-lhe), desde literalmente os tempos de criança. "É geralmente aí que encontramos a chave mágica para a vida posterior de uma pessoa."

Esta é pois a história verídica de um físico teórico em busca de outro físico teórico.

"Sabia onde tinha nascido: Via Etnea 251, em Catânia. Os dois últimos andares do edifício imponente ainda são ocupados pelos familiares de Ettore. Antes de embarcar naquele avião para a Sicília, encontrei os contactos, enviei e-mails, fiz telefonemas. Tinha andado a fantasiar: talvez fosse descobrir um Ettore muito velho escondido no sótão. Na verdade, não levava a possibilidade muito a sério. Por que razão uma família que suporta o fardo de uma tragédia destas iria tolerar a minha intromissão? Mesmo assim, valia a pena tentar."

O resultado dessa intromissão é o tão desejado livro, o segundo do físico português. A Brilliant Darkness - The Extraordinary Life and Mysterious Disappearance of Ettore Majorana, The Troubled Genius of the Nuclear Age não é só uma biografia sobre o físico italiano. É também a viagem pessoal de Magueijo ao mundo de Majorana, escrita na primeira pessoa.

Publicado em Dezembro nos Estados Unidos (pela Basic Books), chegou ao Reino Unido em Janeiro. Quanto a traduções em Portugal, Magueijo ainda não sabe. "Está para ser traduzido na Coreia do Sul, Grécia, Itália e há mais."

O físico português estreou-se na divulgação científica em 2003, com Mais Rápido do Que a Luz - A Biografia de Uma Especulação Científica, publicado em 13 línguas (em Portugal pela Gradiva). Aí explica a sua teoria que põe em causa Einstein, ao afirmar que a velocidade da luz não é uma constante da natureza. No início do Universo, defende Magueijo, a luz pode ter viajado mais depressa do que hoje e Einstein pode ter-se enganado quando, em 1905, assentou a teoria da relatividade na constância da velocidade da luz.

Com isto, chocou a comunidade científica. Pior, criticou de forma crua como funciona essa comunidade científica e o mundo académico, ao expor a saga até conseguir publicar o primeiro artigo científico sobre o assunto em 1999, na revista Physical Review D. A guerra tinha começado dois anos antes, com a Nature, e Magueijo dedicou alguns dos comentários mais mordazes ao editor de ciências físicas desta revista ("empregaram um idiota de primeira classe como editor"). "A Nature há-de odiar-me para toda a eternidade. É um desgosto para mim", ironiza ao P2.

Sem competências sociais

Voltemos ao número 251 da Via Etnea. Não, Magueijo não se deparou com um Ettore Majorana velhinho no sótão. Mas assim que bateu à porta teve uma boa surpresa. "É Fabio, sobrinho de Ettore, filho do seu irmão Luciano, que me convida a entrar e me conduz ao último andar para uma conversa. Nem quero acreditar na minha sorte."


Magueijo pôde então viajar no tempo através de Fabio e, principalmente, da sua mãe - a senhora Nunni Cirino Majorana, cunhada de Ettore, a última sobrevivente da sua geração. Transporta-nos até a esse encontro descrevendo a sala onde estava Nunni Cirino ("cheia de cortinas encarnadas, luxuosa num estilo com pelo menos 100 anos") e reproduzindo a conversa que tiveram, como se lêssemos um romance.

"- Li por alto que Ettore viveu com a mãe até ao ano anterior ao seu desaparecimento, disse-lhes a certa altura.

- É verdade.

- Ela também lhe comprava pijamas?

- Claro.

- Como é que a mãe reagiu quando soube do desaparecimento dele?"

"Há um silêncio embaraçoso. Apercebi-me de que fiz asneira", escreve Magueijo. "Mas a senhora diz finalmente: "Anos mais tarde, ouvi-a dizer com frequência (a voz dela ganha um tom ameaçador, imitando o que deve ter sido a voz de Dorina [Corso]): "Quando o Ettore voltar, vai ouvir das boas!""

Mais à frente, perguntou-lhes: "O Ettore sentia um forte impulso para fugir da mãe?" Dessa vez a reposta veio num ápice. "Fortíssimo", disse Fabio, enquanto a senhora Nunni Cirino abanava a cabeça que sim.

A mãe de Majorana vinha de uma família muito rica; o pai era conhecido por ter instalado a primeira empresa de telefones de Catânia. Tiveram cinco filhos e o berço onde dormiram é mostrado a Magueijo "com orgulho".

Antes de irem para a escola, em Roma, Ettore e o irmão Luciano (o pai de Fabio) seguiam um plano de estudos muito rigoroso em casa, estabelecido pelo pai. Brincar não fazia parte das actividades diárias, iniciadas às seis da manhã e interrompidas apenas para comer. Entre os oito e os 15 anos, Ettore foi aluno interno num instituto em Roma, gerido por padres jesuítas, e não fez muitos amigos nesse período. "Descrevem-no como tímido e introvertido, apesar de os seus feitos matemáticos causarem respeito entre os outros estudantes. Por exemplo, aos oito anos resolveu de cabeça um problema difícil de um exame que nenhum aluno do último ano tinha conseguido", lembra Magueijo. "E com o respeito vinha o medo: a maioria dos outros miúdos evitava-o como se fosse Frankenstein. Deve ter-se sentido muito sozinho e isolado."

A família mudou-se para Roma na década de 20 e é ainda lá que, aos 17 anos, Ettore se inscreveu num curso de engenharia. Mas nunca ia às aulas; pedia os livros emprestados aos amigos uns dias antes, passava-lhes os olhos e tirava boas notas. Trabalhava sozinho em casa, nas coisas que lhe interessavam, ou passava os dias com um pequeno grupo de amigos no café. Adorava teatro, em particular Shakespeare e Pirandello. É nesta altura que o lado tímido cede lugar a um Ettore divertido, culto, informal mas sofisticado, diz Magueijo.

"Não devemos ficar com a impressão de que a juventude de Ettore foi feliz. Foi horrível. Entre padres e os pais, a sua humanidade básica foi destruída", sublinha Magueijo. "Cresceu monstruosamente distorcido, com falta de competências sociais e independência e cheio de inaptidões." Por se considerar feio, diz-se que sentia um complexo de inferioridade e nunca teve namorada.

"A mente dele era muito forte, cheia de ferramentas. Mas ferramentas que lhe permitiam resolver apenas problemas matemáticos, não os problemas da vida." Palavras de Ettore Majorana.

Sim, de Ettore Majorana, um sobrinho com o mesmo nome da personagem principal desta história, também filho da senhora Nunni Cirino e de Luciano Majorana. "Era incapaz de lidar com o mundo. Fundar uma família, lidar com os colegas, ter uma carreira: para tudo isso, Majorana era incapacitado." Uma coisa teria feito toda a diferença, diz a Magueijo este outro Ettore, também físico, em Roma: "Amor! Mas nunca encontrou o amor. Nunca encontrou uma mulher."

O neutrão e o neutrino

Em 1928, aos 21 anos, Majorana trocou a engenharia pela física. Tinha sido criado há pouco tempo um instituto de física em Roma, na Via Panisperna. Com 26 anos apenas, Enrico Fermi já era aí professor catedrático e procurava estudantes brilhantes. Um amigo de Majorana, que era um dos Rapazes da Via Panisperna, como ficaria conhecido o famoso grupo liderado por Fermi, convenceu-o a juntar-se-lhes. "O seu génio científico floresceu então", escreve Magueijo. "É nessa altura que a veia neurótica e traumática de Ettore volta a surgir. Manter-se-á até ao suposto fim dos seus dias."


Começa aqui uma das partes mais interessantes do livro, com uma viagem aos bastidores de uma época em que os cientistas procuravam desvendar o núcleo dos átomos. O neutrão, uma das partículas do núcleo, ainda era desconhecido (na época acreditava-se que o núcleo era composto por protões e, em vez de neutrões, por electrões). Magueijo dá corpo aos Rapazes da Via Panisperna, que deixam de ser só nomes famosos na história da física, e expõe as suas fragilidades, inseguranças e brigas, como as de outra pessoa qualquer.

Fermi viria a ser premiado do Nobel da Física em 1938, pela demonstração da existência de novos elementos (neptúnio e plutónio) resultantes do bombardeamento de urânio com neutrões e pela descoberta, associada a essa demonstração, da ocorrência de reacções nucleares provocadas por neutrões lentos. Mas quando um neutrão é capturado no núcleo de urânio, algo drástico acontece: o núcleo parte-se, dá lugar a dois outros elementos e liberta muita energia. Era a fissão nuclear, descoberta que passou ao lado de Fermi. "Foi feito pela primeira vez na Via Panisperna, só que ninguém deu por isso", conta Magueijo.

Traça-se o retrato da relação entre Fermi e Majorana e o resto do grupo através das partidas que pregavam uns aos outros ou das tensões entre eles. Uma das brincadeiras passava por roubar as chaves do carro a Fermi, estacioná-lo noutro sítio e voltar a pô-las no lugar sem que ele desse por isso. "Esqueceste-te onde estacionaste o carro, Enrico? Tanta matemática está a estragar-te a memória!", provocavam. Após um silêncio, ele respondia-lhes: "Quero que ponham o meu carro no sítio. Já!" Mas o buraco que um deles deixou na mesa de reuniões, com um murro, mostra também como as coisas podiam tornar-se extremas.

Teoria em maços de tabaco

Majorana era o crítico de serviço. "A sua alcunha, O Grande Inquisidor, resume o terror que deve ter inspirado. A recusa em participar nas experiências [de física] - Ettore era um teórico puro - irritava toda a gente. E eles eram sociáveis - um colectivo bem oleado. Ele não era. Era um lobo solitário", diz Magueijo. "As relações entre Ettore e Fermi foram-se tornando particularmente acrimoniosas. Quando se conheceram, Ettore apresentou a Fermi a solução completa de um problema difícil, que Fermi não tinha conseguido resolver", lê-se. "O facto é que Ettore o humilhou: num ambiente onde reinava a informalidade e onde, para lá das partidas, ele era o chefe, Ettore era o único que lhe fazia frente. Os Rapazes concordavam todos que Majorana tratava Fermi como um igual, muitas vezes com altivez. Fermi sentia-se humilhado pelo génio de Ettore, mas também pela sua atitude em relação à ciência e à vida."


Um ponto de discórdia era a sua atitude face à publicação de resultados científicos. A regra era publicarem as coisas menos boas em italiano e as boas em alemão. "Ettore não podia estar mais em desacordo. Ao apresentarem-lhe os resultados de uma experiência, imediatamente propunha uma teoria, assentando os cálculos num maço de tabaco dos seus adorados Macedonia, que fumava como uma chaminé. Toda a gente ficava impressionada, mas quando o pressionavam, dizendo "por que não publicas isso?", ele respondia: "Para quê publicar? É uma brincadeira de crianças." E escandalizava os rapazes fumando o último cigarro, amarrotando o pacote e deitando-o para o caixote do lixo, mais a teoria."

Por esta razão, Majorana nunca recebeu os louros por vários avanços na física, que podiam ser agora conhecidos pelo seu apelido. "Porque nunca publicou o seu trabalho, só o neutrino de Majorana - a sua alma gémea inseparável - tem agora o nome de Ettore."

Primeiro o neutrão

Mas antes do neutrino de Majorana, como ficou conhecida a sua proposta para esta partícula que quase não interage com a matéria, que seria detectada apenas nos anos 50, vamos primeiro ao neutrão. Quando se pensava que o núcleo tinha protões (carga positiva) e electrões (carga negativa), Majorana percebeu que tinha de haver aí outra partícula que não o electrão. Uma partícula pesada como o protão, mas electricamente neutra.


"Também sabia que uma nova força, mais forte do que a electricidade, devia manter unido o núcleo. Resolveu este problema e depois deitou-o fora à medida que amarfanhava o pacote de cigarros." Foi o que relataram vários Rapazes, anos depois. "Ninguém compreendia por que razão um núcleo feito de protões e electrões, regido apenas pela electricidade, simplesmente não se desfazia. O balanço energético de um núcleo regido só por atracções e repulsões eléctricas favorecia o seu desmantelamento", explica Magueijo. Em algo tão pequeno como o núcleo, a repulsão eléctrica entre protões e electrões acabaria por vencer: para explicar a estabilidade do núcleo, era necessário uma nova de força, mais forte que a electricidade, e uma nova partícula electricamente neutra.

Nenhum dos Rapazes lhe prestou atenção nas poucas vezes em que mencionou os neutrões e a força forte. O britânico James Chadwick descobriu o neutrão em 1932, e recebeu por isso o Nobel da Física de 1935.

No entanto, Majorana não se importava que outros o batessem, nem fez o mínimo esforço para ter um lugar no meio universitário, quando em 1929, ainda com 22 anos, terminou o doutoramento. "Ettore fazia ciência porque gostava, sem qualquer sentido de obrigação ou propósito, e nunca em detrimento dos seus outros interesses intelectuais."

Mantém-se com os Rapazes até 1933, altura em que caiu numa espiral de depressão. O que desencadeou esta mudança? A presença esmagadora da mãe, com quem continuava a viver? As tensões com os Rapazes? A falta de amor? As notícias de que a sua obra-prima, publicada em 1932, podia estar errada? Ou um pouco disto tudo? Para este enigma, não há resposta.

Doido varrido, ou chanfrado

A obra-prima referida é o artigo mais famoso de Majorana, dedicado às partículas elementares. Num apêndice encontrava-se já uma proposta para descrever o neutrino, cuja existência teórica tinha sido apresentada pelo austríaco Wolfgang Pauli em 1930. Mas essa proposta foi mantida na gaveta. Entre 1933 e 1937, Majorana isolou-se no quarto. Trabalhava ali e pouco saía ("deixou crescer o cabelo e a barba a um ponto que seria inaceitável até bem entrada a década de 60").


Pelo meio deste relato pessoal, Magueijo vai dando explicações de física para leigos, embora estas passagens mais densas nem sempre sejam fáceis de seguir. A recepção ao livro tem sido boa, com apenas um ou outro reparo sobre um tom por vezes mais professoral ou a necessidade de formação em física para apreciar cabalmente as explicações. Mas é uma viagem que vale a pena fazer com Magueijo, escreveu a revista New Scientist. O físico português faz um trabalho com valor ao chamar a atenção para este homem misterioso, disse a revista Times Higher Education.

Sofreria Majorana, afinal, de uma forma de autismo? "Era um maluco, digamos assim. Soa melhor que autismo e é capaz de ter mais conteúdo. Agora toda a gente é autista, está na moda", diz-nos Magueijo. "Doido varrido, ou chanfrado à paisana, capta melhor a situação."

Não é por dizer isto que não admira Majorana, pelo contrário. Defende que lhe seja atribuído o Nobel da Física. "Bem sei que o Prémio Nobel não pode ser dado postumamente. Mas Ettore morreu mesmo? Simplesmente não sabemos. Nada impede que o ilustre prémio seja dado em ausência", sustenta no livro. "Ainda hoje fico espantado que, em 1937, tenha conseguido prever o comportamento bizarro de uma partícula misteriosa - o neutrino - nos moldes que só agora estão a ser sondados."

Fermi punha Majorana no mesmo clube de Galileu e Newton. Magueijo acrescenta Einstein.

O ciclo de depressão no quarto foi quebrado em 1937. Majorana concorre ao lugar de professor e vai para o Instituto de Física da Universidade de Nápoles. Três meses depois de ali estar a dar aulas embarcou para Palermo, não sem antes deixar cartas que, nas entrelinhas, muitos interpretam como de suicídio (Magueijo não acredita nesta tese). E desapareceu para sempre. O que aconteceu é parte do enigma Majorana.

Há quem diga que se refugiou num mosteiro - em Itália, afirmam uns, na Argentina, outros. Há mesmo quem jure tê-lo avistado, qual Elvis Presley da física. E Magueijo foi na sua peugada até a esses sítios, apanhou até o mesmo barco que ainda hoje faz a travessia entre Nápoles e Palermo.

O que terá acontecido então? "Sei lá. Se calhar escorregou numa casca de banana deixada no convés do navio, na sua última viagem, e caiu ao mar", ironiza Magueijo. "Uma coisa é certa: estava apaixonado por uma sua aluna (que tive oportunidade de entrevistar; uma vovó dinamite então com 94 anos). O que quer que lhe tenha acontecido, houve negócio de saias pelo meio. Quanto ao resto, a casca de banana é tão boa ou má como qualquer teoria."

Portanto, o enigma Majorana mantém-se. Nem Magueijo pretendia desvendá-lo. "Este livro, ao contrário de muitos outros sobre o Majorana, não é um thriller convencional, com princípio, meio, e um "quem é o culpado" revelado no fim. Será mais como os thrillers subvertidos de dois escritores italianos de que muito gosto, Leonardo Sciascia e Antonio Tabucchi, onde se sabe logo quem é o assassino na primeira página, ou então nunca se chega a saber", diz-nos Magueijo. "Nesses livros, é o resto que interessa. E na história de Majorana é também o resto que interessa. Ser um génio é uma deformação profissional, e ele pagou bem caro por isso."

Sugerir correcção
Comentar