Maior parte das crianças com dislexia deixou de receber apoio do ensino especial

A Confederação de Pais e Associação Portuguesa de Dislexia (APD) querem que o Governo altere o funcionamento do ensino especial e dizem que a maior parte das crianças com dislexia ficaram de fora do sistema, avança a TSF.

A presidente da APD, Helena Serra, explica que, com a classificação que foi introduzida pelo anterior Governo, a grande maioria das crianças disléxicas deixou de receber apoios especiais. E isto porque “a classificação é cega», afirma Helena Serra, lamentando que os professores nem sequer tenham formação para lidar com este tipo de alunos.

Nos próximos dias, a APD vai pedir um encontro com a ministra da Educação para lhe apresentar um conjunto de propostas para o ensino especial. E espera que a nova ministra, Isabel Alçada, esteja mais sensível para esse problema, aceitando colocar nas escolas um coordenador para os alunos que necessitam de um apoio especial.

Num estudo divulgado recentemente, a FENPROF denunciava que, com a mudança de regras, houve cerca de 20 mil crianças com necessidades educativas especiais que ficaram fora do sistema, a maior parte alunos disléxicos, hiperactivos ou sobredotados. A federação de professores denunciava também a falta de professores com formação adequada

O Governo rebate todas estas críticas. A responsável do ministério da Educação pelo ensino especial, Filomena Pereira, garante não ter recebido qualquer queixa, e assegura ainda não haver falta de professores.

A Confederação das Associações de Pais, embora considere positiva a criação de escolas de referência para as crianças com necessidades educativas especiais, contesta o facto de ficarem muito distantes da grande parte dos estudantes que são obrigados a passar todo o dia longe de casa. Filomena Pereira admite que o Governo venha a dar resposta a este problema e diz que está também a avaliar a necessidade de alargar o número de escolas com ensino bilingue para crianças surdas.

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