Inquérito a abusos sexuais em escolas católicas holandesas vai investigar 350 queixas
“Segundo os primeiros números, há 350 queixas”, disse à AFP Pieter Kohnen, um porta-voz da Igreja Católica holandesa. “A maioria vem de internautas de todo o país”, explicou.
Estas denúncias foram recolhidas pela comissão Ajuda e Direito, criada em 1995 para assistir as vítimas de abusos sexuais cometidos pelo clero.
A conferência episcopal da Holanda e a conferência das instituições religiosas, que reúne 190 instituições, anunciaram ontem a abertura em breve de um “inquérito independente” para investigar estas denúncias. A preparação do inquérito foi entregue ao antigo ministro da Educação Wim Deetman e deve ter início em quatro a seis semanas.
Os primeiros casos de alegados abusos sexuais cometidos por membros da ordem dos salesianos num colégio interno na região de Atnhem, nos anos 60, foram conhecidos em Fevereiro.
Todas estas queixas já prescreveram em termos judiciais, explica a agência de notícias francesa. “Quando se trata de abusos sexuais para os quais podem ser pedidas penas de mais de dez anos de prisão, a prescrição é de 20 anos”, explicou um porta-voz da procuradoria-geral, Evert Boerstra.
Ontem, o Vaticano viu-se forçado a comentar as revelações de abusos cometidos em instituições católicas que se multiplicam na Alemanha, na Holanda e também na Áustria. O Vaticano defendeu-se, garantindo que tem reagido sempre e com rapidez quando tem conhecimento de denúncias.
Uma das últimas revelações foi a de um chefe de um mosteiro austríaco que confessou ter abusado de um rapaz há mais de 40 anos. A Igreja Católica holandesa pediu desculpas às vítimas: “Às vítimas de abusos nas escolas internas católicas, os líderes religiosos e os bispos oferecem as suas desculpas profundas”, afirma-se num comunicado.