Freeport: investigadores sem novos indícios para deslocação a Londres

Foto
O processo relativo ao Freeport investiga alegadas suspeitas de corrupção e tráfico de influências no licenciamento do centro comercial, em 2002 Rui Gaudêncio

A mesma fonte adiantou que os investigadores estão também a fazer as “diligências complementares necessárias, mas que não passam por uma deslocação a Londres, nem essa questão foi suscitada”.

A fonte disse ainda não haver novos indícios contra o primeiro-ministro, José Sócrates, ao contrário do que noticia a edição de hoje do “Expresso”.

O semanário revela que “o regresso a Londres ainda este mês para uma ronda final de inquirições a cidadãos ingleses vai ser determinante para a equipa de inspectores e procuradores decidirem em definitivo o que fazer em relação a José Sócrates: deixá-lo de lado ou propor ao Procurador-Geral da República uma investigação directa ao primeiro-ministro, incluindo às suas contas bancárias”.

O "Expresso" adianta ainda que “haverá no lote de informação recolhida em Inglaterra, em Dezembro de 2009, um documento de um responsável financeiro do Freeport com alusões explícitas à alega necessidade de pagar luvas a um triângulo de figuras - a Sócrates e outros membros do Governo”.

O jornal diz ainda que “a PJ já concluiu a análise pericial dos milhares de páginas, de documentação financeira entregues pelo Serious Fraud Office”, não tendo encontrado “provas de transferências directas de dinheiro para sustentar a suspeita de que a aprovação do Freeport teria como contrapartida o financiamento ilegal do PS através do então ministro do Ambiente”, José Sócrates.

Contactada pela Lusa, a directora do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), Cândida Almeida, recusou fazer, para já, qualquer comentário.

No passado dia 24 de Fevereiro, no parlamento, Cândida Almeida apontou o mês de Abril como “tecto temporal” para a conclusão da investigação do caso Freeport e, para “repor um pouco a verdade”, assegurou que o primeiro-ministro não é arguido neste inquérito que “está no fim”.

O processo relativo ao Freeport investiga alegadas suspeitas de corrupção e tráfico de influências no licenciamento do centro comercial, em 2002, quando o actual primeiro-ministro, José Sócrates, era ministro do Ambiente.

São arguidos no processo Charles Smith (que esteve envolvido no licenciamento do Freeport), Carlos Guerra (ex-presidente do Instituto da Conservação da Natureza), José Dias Inocêncio (antigo presidente da Câmara de Alcochete), José Manuel Marques (antigo assessor da autarquia), Manuel Pedro (sócio de Charles Smith na empresa Smith & Pedro) e Eduardo Capinha Lopes (responsável pelo projecto de arquitectura).