Ramos-Horta promete indultar Salsinha e os seus homens

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O Presidente timorense diz respeitar a decisão do tribunal, mas promete recorrer aos seus poderes constitucionais Vivek Prakash/Reuters

“O julgamento da tentativa de assassínio terminou e vou indultar Salsinha e os seus seguidores”, disse o Presidente, segundo o jornal “Suara Timor Lorosa’e”.

O chefe de Estado acrescentou que respeita a decisão do tribunal distrital de Díli, mas que recorrerá aos seus poderes constitucionais para perdoar a quem foi considerado culpado de, em 11 de Fevereiro de 2008, o ter tentado matar e, também, armado uma emboscada ao primeiro-ministro Xanana Gusmão.

Três juízes condenaram 24 antigos rebeldes, do grupo conhecido como “os peticionários”, a penas entre os nove anos e quatro meses aos 16 anos de cadeia, mas a imprensa australiana tem vindo a escrever que as sentenças levantaram mais questões do que aquelas que resolveram, quanto ao que de facto aconteceu há dois anos.

No final de um processo que se arrastou por sete meses, os juízes condenaram Marcelo Caetanoa 16 anos de prisão, por conspiração para assassinar o Presidente da República, mas concluíram não ter sido a sua arma automática a que na verdade foi disparada contra Ramos-Horta e o deixou em estado muito grave.

Os magistrados também concluíram que Francisco Marçal, guarda na residência presidencial, não matou o chefe dos rebeldes, Alfredo Reinado, e o seu camarada Leopoldino Exposto durante os confrontos, conforme diz a versão oficial dos factos. E deixaram assim em aberto, apesar de não o terem aceite, o argumento da defesa, baseado em análises forenses, de que os dois homens foram executados, com tiros disparados a uma curtíssima distância.

Os advogados dos réus tencionam recorrer para o Supremo da sentença do tribunal distrital, que ilibou quatro dos 28 arguidos, entre eles a companheira de Reinado, Angelita Pires, que segundo a acusação tivera um grande papel nos alegados atentados contra Ramos-Horta e Xanana Gusmão.

“Algumas pessoas crêem que Gusmão orquestrou tudo, numa tentativa de se ver livre tanto de Reinado como de Ramos-Horta. O ataque ao veículo em que seguia, dizem, foi encenado para parecer que também era um dos alvos”, escreveu hoje Adam Gartrell, correspondente no Sudeste Asiático da Australian Associated Press (AAP).

Quando tudo se deu, o Presidente estava prestes a anunciar uma amnistia para os rebeldes; e Reinado, que andava em negociações com ele, declarara num vídeo que Xanana Gusmão tinha muito a ver com toda a agitação verificada no país a partir de 2006.

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