Rapaz de dez anos diz estar a ser vítima de violência em escola de Mirandela
Hoje mesmo, Graça Caldeiras não foi trabalhar para acompanhar o filho em mais uma consulta no psicólogo que, segundo disse, conseguiu arranjar no centro de saúde, já que “a psicóloga da escola não tinha tempo para o atender”.
O filho de Graça Caldeiras frequenta a mesma escola da criança que está desaparecida no rio Tua e cujo caso foi associado a uma situação de agressões não confirmadas. As autoridades, no entanto, apontam para acidente, nomeadamente pelo facto de a criança se ter despido antes de entrar na água.
Graça garante, todavia, que há na escola “alguns casos de agressões dos mais velhos (alunos dos CEF, cursos de formação e educação) aos miúdos” e que o filho é uma das vítimas, situação que se arrasta desde janeiro, no início do segundo período escolar.
“Chega ao portão da escola e parece que muda, é outra pessoa”, contou a progenitora à Lusa sobre o “medo” que diz que o filho tem e que tem provocado que falte às aulas, como aconteceu nos últimos dois dias.
A mãe sustenta que “com medo de que lhe voltassem a bater”, o filho não lhe quis contar o que se passava, mas que desconfiou numa ocasião em que lhe deu, como habitualmente dinheiro para comer e a criança depois já não o tinha. Segundo disse, “bateram-lhe para lhe tirar o dinheiro e ameaçaram-no”, tendo, por isso, chegado a receber tratamento hospitalar. Graça disse também que a polícia tomou conta da ocorrência no hospital como “agressão”.
Contactada pela Lusa, fonte da PSP nada adiantou em relação a este caso concreto, avançando apenas que “as agressões entre miúdos nas escolas são frequentes e a polícia tem registado várias”.
A presidente da Comissão de Proteção de Crianças de Jovens (CPCJ) de Mirandela, Manuela Teixeira, disse à Lusa que este organismo “não tem referenciado nenhum caso de bullying”. A comissão está a acompanhar 150 crianças, 130 dos quais são da referida escola, mas, segundo os responsáveis, “não há nenhum caso de bullying assinalado”.
A mãe que se queixa das agressões ao filho de 10 anos afirma que já falou com elementos do conselho executivo, “mas estes não fazem nada”. A Lusa tentou contactar o conselho executivo do Agrupamento Luciano Cordeiro de Mirandela que se encontra incontactável desde o acidente com uma outra criança no rio Tua.