Vinte e quatro condenados pelo atentado contra Ramos-Horta
A única mulher que havia entre os 28 réus deste processo, Angelita Pires, de 44 anos, que além de ser timorense também tem nacionalidade australiana, foi um dos quatro ilibados.
No fim de um julgamento de sete meses, por acusações de conspiração e tentativa de assassínio, num caso em que Ramos-Horta foi gravamente ferido a tiro e Xanana saiu ileso, a ré, que mantinha um caso amoroso com o major rebelde Alfredo Alves Reinado, declarou-se satisfeita por ter sido absolvida das acusações de que fora a mandatária de ataques ao Presidente e ao primeiro-ministro.
"A minha vida tem estado em suspenso durante mais de dois anos e tem sido um tempo terrivelmente stressante e emocional para mim e para os que me são queridos", disse Angelita. Logo a seguir agradeceu ao tribunal o facto de haver reconhecido que as alegações contra ela haviam sido forjadas.
"Aprendi que a liberdade é uma das coisas mais importantes que uma pessoa pode possuir", declarou aquela que foi a vedeta deste julgamento; e que não se poupou em agradecer aos seus advogados, ao Governo australiano e aos media.
O tenente Gastão Salsinha, que substituiu Reinado como líder dos rebeldes, mal ele foi morto à porta da casa do chefe de Estado, foi condenado a dez anos e oito meses de prisão.
O homem considerado culpado de haver disparado contra Ramos-Horta, Marcelo Caetano, foi condenado a 16 anos de cadeia e a menor das penas foi de nove anos e quatro meses.
Os procuradores têm agora 15 dias para decidir se recorrem da sentença, designadamente do facto de Angelita Pires ter sido ilibada.