O avançado que se transformou num pesadelo para Fabianski, Filipe Oliveira e Paulo Bento

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Varela e Filipe Oliveira no jogo de domingo Miguel Vidal / Reuters

Varela é um dos pilares do FC Porto. Ajudou a derrotar o Arsenal e em 36 minutos fez duas assistências que acabaram com a resistência do candidato Sp. Braga

Fabianski, o jovem guarda-redes polaco do Arsenal, deve ter pesadelos quando ouve falar em Varela. Filipe Oliveira também deve sentir um vago arrepio quando lhe falam em tal nome. Ambos devem igualmente estar a pensar como é possível que o Sporting tenha cedido ao modesto Estrela da Amadora, a título gratuito, este avançado, de 25 anos, que agora brilha no FC Porto e lhes fez a vida negra. Difícil de entender. Tal como é complicado travar o seu futebol. E devem estar também de acordo noutro ponto: alguém, em Alvalade, estará arrependido de ter vistas curtas. Como o ex-treinador Paulo Bento, que não acreditou nele. Para felicidade do rival Dragão, que, no início desta época, conseguiu um jogador talentoso e sem ter gasto um tostão.

Silvestre Manuel Gonçalves Varela foi um jogador sempre incompreendido no Sporting, onde fez parte da formação - dois anos como júnior. Mas, mal chegou a sénior, deparou-se com José Peseiro, que preferiu colocá-lo a rodar no Casa Pia. Regressou, mas no lugar de Peseiro estava um Paulo Bento que nunca entendeu que tinha à sua frente um jogador talentoso. Nem as exibições do avançado na selecção de sub-21 o fizeram mudar de ideias. Despachou-o para Setúbal. Feito que repetiu na temporada seguinte. À quarta vez, foi colocado mais longe: em Espanha. No Recreativo de Huelva, à boleia de outros dois jogadores do Sporting (Beto e Carlos Martins, este último agora a brilhar no Benfica). Como não se conseguiu fixar em Espanha, o técnico achou que também não se encaixava no seu sistema de jogo e avalizou a sua cedência definitiva ao Estrela da Amadora. O FC Porto esfregou as mãos de contente e contratou-o por cinco anos.

Varela é um futebolista voluntarioso, potente, com capacidade técnica, conhecido como um profissional exemplar, dedicado ao trabalho e muito humilde. "É o tipo de jogador que, por mais que brilhe, nunca terá tiques de vedeta", refere um seu ex-treinador, que tece enormes elogios a este avançado móvel, capaz de criar desequilíbrios no adversário e que não se limita a atacar. É daqueles jogadores que, quando a sua equipa perde a bola, recupera rapidamente a sua posição. Muito provavelmente, Queiroz contará com ele para o Mundial.

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