O FC Porto virou o Sp. Braga do avesso em apenas 37 minutos

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Falcao fez dois golos ao Braga e já soma 16 no campeonato Fernando Veludo/nFactos

Minuto 37: Domingos encostou-se ao banco de suplentes e escondeu-se; os cerca de 2500 adeptos que viajaram de Braga emudeceram. Pela terceira vez, Eduardo ia buscar a bola ao fundo da baliza. O jogo tinha começado virado do avesso, mas em pouco mais de meia hora via reposta a teórica normalidade. Numa demonstração de força e revolta, o FC Porto goleou o Sp. Braga por 5-1 e desfez as dúvidas: a luta pelo título vai ser a três.

Estava muito em jogo e toda a gente o sabia na estrutura “azul e branca”. O terceiro elemento na luta (Benfica) já tinha a missão cumprida e aguardava com redobrado interesse o confronto. O Sp. Braga, com um ponto de atraso para os benfiquistas, queria recuperar a liderança e colocar pé e meio na Liga dos Campeões do próximo ano. O FC Porto tinha um “tudo ou nada”: qualquer resultado diferente de uma vitória deixava os portistas dependentes de demasiados erros da concorrência.

O Sp. Braga chegou ao Dragão de peito feito. E com legitimidade para isso: 19 jogos, nove pontos perdidos, oito golos sofridos, a liderança a um ponto de distância. O FC Porto apareceu “ferido” e a “mensagem de indignação” – pelos castigos a Hulk e Sapunaru -, transmitida pelos jogadores na véspera do jogo, foi o primeiro sinal. O treinador do Sp. Braga estava alertado: “Há aspectos negativos que acontecem num grupo de trabalho que se transformam numa força maior.” O aviso de pouco serviu à equipa.

O 14.º jogo oficial do FC Porto em 2010 tinha tudo para ser um dos mais complicados e acabou no mais simples. E serviu para colocar um carimbo de “aprovado” no novo trio do meio-campo portista (Fernando, Meireles e Micael). A diferença final entre as duas equipas começou aí.

O primeiro golo surgiu aos 15’. E foi um golo com a marca do FC Porto “versão 2010”: Micael desmarcou Varela e Varela descobriu alguém na área. Normalmente o alvo é Falcao, mas quem finalizou foi Raul Meireles. Depois, aos 35’, Alvaro Pereira testou Eduardo a mais de 30 metros. Deu-se bem: 2-0. A seguir, o inevitável golo de Falcao (assistência de Varela, pois claro). 37 minutos, 3-0, tudo decidido. Domingos, bem encostado ao seu banco, começou então a contar os segundos, um a um, que restavam até ao intervalo.

A segunda parte foi um mero pro forma que serviu para deitar ainda mais abaixo a auto-estima bracarense. Mesmo sem o novo maestro (Ruben Micael), Falcao fez o quarto e Belluschi o quinto. Depois dos muitos “olés” com que brindaram o adversário nos últimos 45 minutos, os adeptos portistas acabaram o jogo a festejar o golo de Alan. A liderança na Liga agora é do Benfica, mas o FC Porto mostrou que não vai desistir.

Ficha de jogo

FC Porto, 5


Sp. Braga, 1


Jogo no Estádio do Dragão, no Porto. Assistência
46.403 espetadores.

FC Porto

Helton 6, Fucile 6, Rolando 6, Bruno Alves 6, Álvaro Pereira 7, Fernando 6 (Valeri -, 79’), Raul Meireles 7, Ruben Micael 7 (Tomás Costa 6, 69’), Mariano 6, Varela 8 (76’) e Falcao 7.

Sp. Braga

Eduardo 4, Filipe Oliveira 5, Moisés 5, Paulão 4, Evaldo 4, Olberdam 5 (Rafael Bastos 4, 67’), Hugo Viana 4 (Meyong 4, 46’), Luís Aguiar 5, Mossoró 4 (Matheus -, 79’), Alan 5 e Paulo César 5.

Árbitro

Olegário Benquerença 5, de Leiria.

Amarelos

Mossoró (8’), Raul Meireles (39’), Fucile (53’), Paulo César (54’), Paulão (55’), Filipe Oliveira (58’) e Rafael Bastos (85’).

Golos

1-0, por Raul Meireles, aos 16’; 2-0, por Álvaro Pereira, aos 35’; 3-0, por Falcao, aos 36’; 4-0, por Falcao, aos 73’; 5-0, por Belluschi, aos 84’ e 5-1, por Alan, aos 90+1’.

Notícia actualizada às 23h13
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