O "mal-amado" colocou o FC Porto na final mais desprezada no Dragão

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Mariano proporcionou o momento da noite Fernando Veludo/nFactos

Mais uma partida (já são 11 em 41 dias), mais uma etapa vencida. Jogo após jogo, o FC Porto vai ultrapassando obstáculos, rodando o (limitado por lesões) plantel e mantendo a cabeça à tona. Antes de uma semana de alta voltagem (Leixões, Arsenal e Braga em oito dias), derrotou a Académica (1-0) e assegurou a primeira presença na final da competição mais desprezada no Estádio do Dragão: a Taça da Liga. E Jesualdo Ferreira mantém a equipa em todas as frentes.

A partida para o FC Porto era, provavelmente, a menos importante do escaldante mês de Fevereiro. Para a Académica, era “o jogo” e os cerca de 1500 adeptos que apoiaram a equipa transportavam a esperança de ver a “Briosa” repetir as proezas dos anos 60 onde chegou, por duas vezes, à final da Taça de Portugal. André Villas-Boas sabia-o. O treinador, que durante anos trabalhou com Mourinho, usou uma das armas preferidas do antigo “chefe”. Deu “95 por cento do favoritismo ao FC Porto”; disse que “se pudesse” pedia aos adeptos da Académica para “meterem os autocarros em frente à baliza”. Meros “mind games” para tentar colocar a pressão do outro lado.

O FC Porto voltou a utilizar alguns dos que estão mais habituados a treinar do que a jogar. Os que têm resolvido os problemas (Falcao, Varela e Ruben Micael) começaram no banco. De resto, no esquema de sempre, Guarín fez de Micael, Valeri de Belluschi, Belluschi de Varela e Orlando Sá de Falcao.Villas-Boas fez o que dizem os livros: em equipa que ganha (ainda por cima em Alvalade), não se mexe. Em relação ao “onze” que venceu o Sporting, apenas duas trocas: Cris por Vouho e Pedro Costa por Pedrinho.

Depois da visita no fim-de-semana da (simpática) Naval, hoje o FC Porto encontrou uma equipa completamente diferente. A Académica apareceu decidida a agarrar a oportunidade de marcar presença na final e foi o espectáculo que ganhou com isso. Os “estudantes” jogaram olhos nos olhos e as (muitas) oportunidades foram surgindo tipo pingue-pongue: ora numa, outra noutra baliza. Só nos primeiros 20 minutos foram seis (bem divididas pelas duas equipas). Pelo meio, houve um golo (aparentemente mal) anulado a Bruno Alves. A forma como a Académica surgia perto de Nuno enervou os portistas e, aos 30’, Falcao, Varela e Ruben Micael já aqueciam.

Na segunda parte, Jesualdo foi obrigado a colocar em campo as mais-valias. Primeiro entrou Varela (46’) e depois Ruben Micael (64’). A Académica era a mesma: audaz e perigosa e, em apenas dois minutos (53’ e 54’) Berger e Sougou falharam duas excelentes oportunidades. Mas com Varela e Ruben Micael o FC Porto é outra coisa e a Académica foi sendo encostada às costas. E seria “à bomba” que o sonho dos “estudantes” acabaria destruído. Aos 81’, um dos jogadores mais “mal-amados” pelos adeptos portistas (Mariano) fez um grande golo e garantiu a presença do FC Porto na final mais desprezada pelos seus adeptos. Vai ser a 20 de Março, no Algarve, contra o Benfica.

PositivoMariano

Tantas vezes assobiado no Dragão, Mariano voltou a ser a figura da equipa. O golo do argentino é um dos melhores da época.


Académica

As palmas dos adeptos que viajaram de Coimbra para a sua equipa justificaram-se. 
A exibição da Académica valorizou a vitória do FC Porto.


NegativoBelluschi

Jesualdo apostou no argentino para fazer o lugar de Varela (lado direito do ataque) e não resultou. Belluschi não tem caracteristicas para fazer esse papel e acabou por pagar por isso. Foi (bem) substituído ao intervalo pelo dono do lugar.


Valeri

Cada vez perde mais espaço na equipa. Se Belluschi pagou por jogar “fora do lugar”, Valeri fez o papel que lhe está destinado, mas não rendeu. A intolerância que se vê nas bancadas para cada erro do “número 8” portista também não ajuda.


Ficha de jogo

FC Porto, 1


Académica, 0


Jogo no Estádio do Dragão, no Porto. Assistência
22.702 espetadores.

FC Porto

Nuno 6, Miguel Lopes 5, Nuno André Coelho 6, Bruno Alves 6 (Maicon 6, 60’), Álvaro Pereira 5, Tomás Costa 6, Guarin 5, Belluschi 5 (Varela 7, 46’), Valeri 5 (Ruben Micael 6, 65’), Mariano 7 e Orlando Sá 5.

Académica

Ricardo 6, Pedrinho 6, Berger 6 (Cris - 84’), Orlando 6, Emídio Rafael 5, Nuno Coelho 5, Tiero 6, Diogo Gomes 6, João Ribeiro 6, Vouho 5 e Sougou 6 (Lito 5, 69’).

Árbitro

Pedro Proença 5, Lisboa.

Amarelos

Álvaro Pereira (26’), Vouho (45+1’), Guarin (56’), João Ribeiro (80’), Ricardo (90’) e Pedrinho (90+3’).

Golos

1-0, por Mariano, aos 82’.

Notícia actualizada às 22h41
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