POSITIVO e NEGATIVO
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Di María
Não marcou, mas esteve lá perto. O seu pé esquerdo foi o terror para os defesas leoninos e sempre que o argentino se atirava para cima dos adversários causava o pânico. Merecia o golo.
Cardozo
Nem vinte minutos esteve em campo, mas chegou para fazer o golo mais belo. O melhor marcador da Liga mostrou os seus créditos na Taça. E da melhor maneira.
Centrais Benfica
Foi um jogo perfeito para Luisão e David Luiz. Se o primeiro perdeu alguns duelos com Liedson, vingou-se com o golo que vergou o adversário. O segundo apontou aquele que deu origem ao desenho da vitória.
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João Pereira
A avaliar pela entrada dura sobre Ramires (que entregou a sua equipa ao adversário no início do jogo), candidata-se ao título de jogador mais burro da época. Não tem desculpa.
Sporting
Não tem liderança, está à deriva e saiu goleado em casa da Taça da Liga. Duas Taças, duas goleadas e sem esperança no futuro, que se adivinha negro. Para onde irá o presidente desta vez?
Defesa leonina
Dois golos de bola parada, parecia uma defesa estática, a ver jogar. O espaço e as facilidades concedidas acabaram em goleada sofrida.
Benfica afunda ainda mais o Sporting
O Benfica subiu para o ringue com o Sporting já encostado às cordas. As três derrotas seguidas sofridas atiraram o “leão” para fora de duas competições e deixaram-no encostado a um canto, mal preparado para receber o rival, a fazer uma das melhores épocas dos últimos anos. Três socos de entrada – uma expulsão e dois golos à meia-hora – deixaram os sportinguistas à beira do KO. Depois do adeus ao campeonato e à Taça de Portugal, viram a Taça da Liga fugir-lhes. E para o rival Benfica, como há um ano, que volta assim à final da prova.
Manuel Fernandes passou 12 épocas em Alvalade e foi ele quem conseguiu travar o Benfica no Bonfim na última jornada do campeonato, depois de uma série de cinco triunfos consecutivos. No final, não esqueceu o Sporting e lançou o aviso: “Neste momento, só uma equipa muito forte pode travar o Benfica”, disse, abrindo o coração leonino. “Se o Sporting jogar de peito aberto pode perder por dois ou três”. Falou quem sabe. À meia-hora de jogo, já os “leões” perdiam por 0-2 e tinham entregue o jogo ao adversário.
João Pereira mostrou todo o desespero que perpassa este Sporting. Um desespero de liderança. O capitão Moutinho é novo demais e não se impõe, o técnico está fechado na sua concha, principalmente desde que Sá Pinto saiu, e o presidente só agora regressou das férias do Brasil. Isto num dos períodos mais conturbados da história do clube.
O barco leonino está à deriva e só assim se explica que o defesa, contratado este Inverno por três milhões de euros, tenha feito uma das faltas mais estúpidas do mundo. A entrada dura sobre Ramires junto à linha valeu-lhe o vermelho directo quando estavam decorridos apenas seis minutos de jogos – do livre, nasceu o primeiro golo. Ainda Pereira saía para as cabines e já os cerca de 7 mil benfiquistas no estádio faziam a festa ao cabeceamento certeiro de David Luiz.
O Benfica entrou em Alvalade de peito inchado. No campeonato, os quase vinte pontos de diferença (são 19) dão esse estatuto. Mais: serviu ainda para Jesus ter um “back up” de luxo, com um banco composto por Cardozo, Aimar ou Saviola e apostar na titularidade de Éder Luis ou Kardec. Carvalhal não.
Já Carvalhal seguiu os conselhos de Manuel Fernandes e jogou com dois trincos (Mendes e Adrien), oferecendo uma solidão imensa a Liedson na frente. O 4x2x3x1 oferecia um apoio ao brasileiro, mas não é assim que ele gosta de jogar. Tudo isto ruiu, no entanto, em seis minutos. Com dez, o “leão” entregava as chaves da casa ao visitante e este instalou-se. Em vantagem e em cima do adversário, o Benfica chegou ao 0-2 após um ressalto que deixou Peixoto isolado a servir Ramires.
Jesus foi inteligente. Mandou Di María para o lado de Grimi, um dos pontos mais fracos do Sporting. Quando Adrien passou a fazer o lugar de Pereira, o argentino trocou de flanco. Tudo para explorar as fragilidades do adversário sem utilizar as suas armas mais poderosas – a descansarem no banco. Contra tudo isto, o Sporting só respondia com Liedson.
O brasileiro não perde o gosto de marcar ao Benfica e ontem, mesmo com poucos meios para o fazer, fez o seu 11.º golo em 15 derbies. É obra. Antes, tinha deixado o aviso a Júlio César, que fez uma bela defesa.
A equipa “encarnada” sentiu o golo. Recuou e o Sporting organizou-se e voltou ao jogo. A perder, os sportinguistas recolheram às cabines em desvantagem mas com moral levantado.
O mais perto que a equipa de Carvalhal (já tinha tirado Adrien e colocado Pedro Silva) esteve de voltar à vida na noite de ontem foi por Pongolle. Mas aí o árbitro marcou, e mal, fora-de-jogo quando o francês ficaria sozinho em frente a Júlio César. Foi o último fôlego do Sporting e do avançado, que seria (tardiamente) substituído por Djaló. O golo de Luisão – novamente de bola parada – aniquilou o Sporting.
Na resposta, Jesus jogou tudo o que tinha. Cardozo, Aimar e Saviola. E o paraguaio fechou a partida com o melhor golo da noite. Há um ano, só se falou do árbitro Lucílio Baptista, que pediu perdão por ter errado na marcação de um penálti contra o Sporting. Este ano, só falta o pedido de desculpas de João Pereira.
Ficha de jogoSporting, 1Benfica, 4
Jogo no Estádio José Alvalade, em Lisboa.Assistência
30.081 espectadores.
Rui Patrício
4, João Pereira
2, Carriço
5, Polga
4, Grimi
3, Izmailov
5, Pedro Mendes
5, Adrien Silva
4(Pedro Silva
4, 25’), João Moutinho
5, Liedson
6e Pongolle
3(Yannick Djaló
5, 63’).
TreinadorCarlos Carvalhal.
BenficaJúlio César
6, Rúben Amorim
6, Luisão
7, David Luiz
7, César Peixoto
7, Javi García
6, Ramires
7, Di María
8, Carlos Martins
5(Aimar
-, 72’), Éder Luís
5(Saviola
5, 70’), Alan Kardec
5(Cardozo
7, 70’).
TreinadorJorge Jesus.
ÁrbitroOlegário Benquerença
4, de Leiria.
AmarelosTiago (50’, no banco), Pedro Silva (60’), Pedro Mendes (61’), Ramires (62’), Grimi (72’).
Vermelhos directosJoão Pereira (7’) e Tiago (50’, no banco).
Golos0-1, por David Luiz, aos 8’; 0-2, por Ramires, aos 30’; 1-2, por Liedson, aos 37’; 1-3, por Luisão, aos 68’; 1-4, por Cardozo, aos 90’+4.
Notícia actualizada às 23h02