Herman José: "Foi com ela que aprendi a arte científica de bem escrever poemas humoristicos"

Foto
Herman trabalhou com Rosa Lobato Faria em "Humor de Perdição" e outros programas Nuno Ferreira Santos

O humorista e entertainer Herman José recordou hoje ao PÚBLICO a "cumplicidade" e "amizade inabaláveis" que o uniam a Rosa Lobato Faria e explicou que foi com a autora e actriz que aprendeu "a arte científica de bem escrever poemas humoristicos". Rosa Lobato Faria morreu hoje aos 77 anos, vítima de anemia grave.

"Em 1988, convidei a Rosa para um papel cómico no meu programa "Humor de Perdição" da RTP. Fazia de "Dona Cândida", senhora das avenidas novas que alugava quartos, e se apaixonava por um boçal "José Esteves"", recorda Herman José. Na carreira do autor e humorista, Lobato Faria "na sequência da morte do Carlos Paião, acabou por ocupar o espaço deixado livre na autoria de versos humorísticos" para os seus programas e canções.

Sem esquecer a "alegria e a sua transbordante juventude" da escritora, Herman José lembra que "o seu sonho foi sempre ser aceite como romancista. Odiava que a reduzissem a "autora de letras para cantigas". Imagino que tenha morrido em paz e com um sorriso, por ter sido finalmente reconhecida como uma romancista primodivisionária".

Rosa Lobato Faria escreveu a letra do genérico de "Humor de Perdição", "Casino Royal" e de "Crime na Pensão Estrelinha", programas de Herman José passados na RTP1. Também letrou uma música composta por Herman José e que viria a dar o título à novela "Podia Acabar O Mundo" - a canção foi dedicada a Rosa Lobato Faria por Herman no dia do seu 62º aniversário.

"Conheci-lhe três paixões na vida: o seu saudoso companheiro, a sua família, e a escrita. Não sei se por esta ordem", remata Herman José numa mensagem enviada ao PÚBLICO.

Sugerir correcção
Comentar