IPCC vai estudar se é fiável a previsão sobre desaparecimento dos glaciares dos Himalaias

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Lagos criados por glaciares em recuo no Butão Jeffrey Kargel/USGS/NASA

A previsão de que os glaciares dos Himalaias podem desaparecer até 2035, que consta do último relatório (de 2007) do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC, um organismo que funciona sob a tutela da ONU), vai ser revista, depois de uma notícia no “Times” londrino ter revelado que a sua base é bem pouco sólida.

Esta previsão sempre foi muito contestada pelo Governo indiano – e foi objecto de um extenso relatório publicado pouco antes da Cimeira climática de Copenhaga, em Dezembro. Agora, o “Sunday Times” veio dizer que se baseava numa entrevista dada por um glaciologista indiano à revista de divulgação científica britânica “New Scientist” em 1999 – o que é algo bem diferente de um trabalho publicado numa revista científica com avaliação pelos pares, onde a qualidade da investigação e as suas conclusões são avaliadas por outros cientistas, para avaliar se merecem ser publicadas ou não.

“Os glaciares estão de facto a recuar, a um ritmo que é muito preocupante”, disse hoje o ministro do Ambiente indiano, Jairam Ramesh, citado pela AFP. Mas as previsões para 2035 “não se baseiam num pingo que sejam de provas científicas”, afirmou.

“Vamos analisar a questão dos glaciares dos Himalaias e vamos tomar uma posição nos próximos dois a três dias”, garantiu à Reuters, por e-mail, o secretário do IPCC, Rajendra Pachauri.

Este tema é estudado por muitos outros cientistas, que dizem que os dez maiores rios da Ásia, que são alimentados pelos glaciares dos Himalaias, podem secar nas próximas cinco décadas. Centenas de milhões de pessoas na Índia, Paquistão e China podem ser afectadas.

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