Missão portuguesa vai montar campo de desalojados e prestar assistência médica

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Claudia Daut/Reuters

O avião C-130 que transporta a missão portuguesa para prestar auxílio às vítimas do terramoto no Haiti descolou pouco depois das 17h00 do aeroporto de Figo Maduro, em Lisboa, rumo a Barbados, nas Caraíbas.

A catástrofe humanitária provocada pelo sismo de terça-feira no Haiti está a mobilizar forte auxílio a nível internacional.

O voo da Força Aérea - inicialmente previsto para ontem, e que foi hoje várias vezes adiado - não segue, porém, directamente para o local da catástrofe. Faz uma escala em Cabo Verde e uma outra em Barbados, onde esperará autorização para viajar para o Haiti.

A missão portuguesa é constituída por um grupo do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), para a área de emergência medica e acções de socorrismo e de pequena cirurgia; da Força Especial de Bombeiros, para a montagem, organização e funcionamento do campo; por uma representante do Instituto de Medicina Legal para aspectos relacionados com a medicina forense; e por uma equipa de cinco pessoas da AMI.

Pouco antes da descolagem, o ambiente do aparelho era animado. Membros da equipa do INEM jogavam às cartas, já nos respectivos lugares, e outros elementos da missão fechavam o rosto, pensativos. A maioria levava uma caixa branca ao colo, com o lanche.

A resposta portuguesa à catástrofe - que se traduz para já nesta missão, que deverá prolongar-se por pelo menos sete dias -, decorre da activação do mecanismo europeu de protecção civil, por sua vez solicitado pelas autoridades do Haiti, afirmou hoje, em conferência de imprensa, o presidente da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC), general Arnaldo Cruz.

O general afirmou que a tarefa portuguesa imediata é montar um campo para os desalojados.

"O Governo português entendeu incumbir a Autoridade Nacional de Protecção Civil de organizar uma força conjunta para essa missão", afirmou, adiantando que o executivo decidiu também que a força fosse acompanhada por uma representação da Assistência Médica Internacional.

"A missão desta força portuguesa é montar um campo de desalojados para alojamento de emergência e temporário e assegurar que o campo tem capacidade de emergência médica e assistência e prestação de primeiros socorros e algumas acções de primeira cirurgia", referiu.

O apoio às vitimas deverá decorrer até 22 de Janeiro, sendo possível que o campo continue depois a ser utilizado, sob gestão da AMI, avançou o general, referindo que a força está organizada num pequeno núcleo de comando da ANPC, com cinco pessoas.

As questões de natureza logística e comunicações são asseguradas pela protecção civil.

"A força inserir-se-á no quadro de empenhamento internacional ligando-se à representação do mecanismo europeu presente no Haiti, que por sua vez está articulado com a ONU", disse o militar.

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