O desaparecimento de Madeleine McCann, a 3 de Maio de 2007, gerou uma comoção planetária sem precedentes. A região da Praia da Luz foi batida metro quadrado a metro quadrado por agentes das forças de segurança, a imagem de Maddie tornou-se omnipresente nos media mundiais, o casal McCann foi recebido pelo Papa, o governo britânico envolveu-se. Toda a gente tinha teorias sobre o desaparecimento e sobre a responsabilidade dos pais. Da suspeita de rapto evoluiu-se para a tese do envolvimento dos pais na eventual morte da criança. Alimentado pelos media, o confronto entre investigadores portugueses e britânicos tornou-se um problema diplomático. Maddie nunca mais apareceu, como tantas outras crianças.

No ano passado, o nome do navegador português transformou-se num pequeno portátil azul. Para democratizar o acesso às novas tecnologias, cerca de 400 mil foram distribuídos aos alunos do 1.º ciclo do básico. Até agora estarão a ser utilizados mais para jogar do que para fins didácticos. O modo como o programa foi financiado e adjudicado está a ser investigado também pela UE.

Em Portugal, as relativas sofrem do complexo do Limiano e as absolutas do complexo da arrogância. Mas, esta década, as segundas levaram de novo a melhor às primeiras. Durante sete anos consecutivos fomos governados por duas maiorias absolutas: a da centro-direita, um remake da AD dos anos 1980, e a socialista, uma estreia. Fechamos a década com um governo minoritário.

A melhoria começou nos anos 60, mas na última década a taxa de mortalidade infantil em Portugal continuou a diminuir de uma forma acelerada, atingindo em 2008 o valor mais baixo de sempre e um dos mais baixos do mundo – 3,3 óbitos de crianças com menos de um ano por cada mil nascidas vivas (5,8, em 1999). Uma evolução que permitiu ao país subir várias posições no Índice de Desenvolvimento Humano. No relatório de 2008 sobre Cuidados de Saúde Primários da OMS, Portugal aparecia mesmo como um dos cinco países que conseguiu progressos mais notáveis na redução desta taxa.