Sobrevivente do Holocausto está a fazer greve de fome pelo fim do bloqueio a Gaza
Está mais do que disposta: já começou a jejuar na segunda-feira. “Quando as pessoas estão a sofrer, é nossa responsabilidade fazer tudo o que podermos”, disse ao Jerusalem Post, em Rafah no Egipto.
Água, e um pouco de sumo de laranja, se se sentir demasiado fraca, é o que Epstein está a tomar. Ela e outras avós estão a participar na iniciativa Marcha da Paz por Gaza (http:
/www.gazafreedommarch.org/ ), cujo objectivo é juntar a 31 de Dezembro mais de 1300 pessoas vindas de 43 países (Portugal não consta na lista) em Gaza, para exigir o levantamento do bloqueio ao território palestiniano sob controlo do Hamas — e que há um ano foi alvo da ofensiva israelita Chumbo Endurecido, que terá morto mais de 1400 palestinianos.
Militantes de várias organizações não governamentais – alguns levando ajuda humanitária – continuaram hoje a afluir ao Cairo, mas o Egipto continuava sem abrir a passagem de Rafah. “Se não nos deixarem ir a Gaza, não temos outra alternativa se não ficar no passeio, frente à embaixada [francesa no Cairo] até partirmos, no dia 2 de Janeiro]”, disse à AFP Olivia Zémor, uma das organizadoras da marcha. Cerca de 300 franceses estão neste momento em Rafah.
Os participantes americanos concentravam-se frente à embaixada dos EUA, tentando falar com diplomatas do seu país, para lhes explicar os seus planos. “O acesso à embaixada foi impedido pela polícia egípcia”, indicou à AFP Mediya Benjamin, outra participante na marcha.
Há alguns dias, as autoridades egípcias tinham avisado os organizadores da marcha de que a fronteira de Rafah ia permanecer fechada até Janeiro, devido ao potencial de tensões fronteiriças, por causa do aniversário da ofensiva israelita. Mas os organizadores não desistiram. “Por causa da inacreditável crise humanitária em Gaza causada pelo ataque israelita e pelo bloqueio, sentimo-nos moralmente obrigados a continuar a nossa missão”, dizia Mediya Benjamin no site Huffington Post.
É como diz Hedy Epstein, há muito uma defensora dos direitos civis: “Cheguei a um ponto na minha vida em que acho que tenho de fazer algo mais para chamar a atenção das pessoas.”