Irmã de Shirin Ebadi foi presa pelas forças de segurança iranianas
A fundadora do Centro de Direitos Humanos iraniano, que se encontrava no estrangeiro aquando das presidenciais de Junho e ainda não regressou ao Irão, emitiu esta manhã um comunicado sublinhando que a irmã, Noushin Ebadi, “não tinha qualquer actividade política”. “A sua detenção é uma pressão para que eu pare as minhas actividades de defesa dos direitos humanos”, afirma a advogada.
Segundo o site reformista Rahesabz.net, as autoridades iranianas efectuaram esta manhã novas detenções, incluindo a de Mashallah Shamsolvaezin, dirigente da associação de jornalistas iranianos, preso esta manhã por homens à civil. Também o repórter Morteza Shojaie, do jornal reformista "Etemad", e a sua mulher Mansoureh Shojaie, activista dos direitos das mulheres, terão sido presos.
Segundo a Reuters, que cita vários sites reformistas, foram já detidos 18 dirigentes da oposição e simpatizantes, incluindo três colaboradores e um cunhado do candidato da oposição às presidenciais de Junho, Mir-Hossein Mousavi.
Confirmando que os protestos de domingo terão representado um ponto de ruptura na política iraniana, os Guardas da Revolução, força ideológica do regime, acusaram a oposição de “se ter unido aos media estrangeiros e de ser apoiada pelos inimigos estrangeiros”. A força, que se mantém leal ao Presidente Mahmoud Ahmadinejad e ao Supremo Líder, o "ayatollah" Ali Khamenei, avisa que a “guerra psicológica” criada pela imprensa internacional “para tentar derrubar o regime não levará a lado nenhum” e acrescenta: “Os organizadores da revolta vão pagar em breve pela sua insolência”.
Esta manhã, dezenas de milhares de apoiantes do regime manifestaram-se em várias cidades iranianas para exigir que os líderes da oposição sejam punidos por fomentar os protestos e “insultar a religião”. “Estamos prontos a sacrificar a nossa vida pelo Supremo Líder”, gritaram os participantes nos protestos que, segundo a televisão estatal, decorreram de forma espontânea.