Investvar garante desconhecer novo pedido de insolvência

"A administração do grupo Investvar considera não existir fundamento para tal processo de insolvência (caso ele efectivamente exista)", adianta, em comunicado. No entanto, há um pedido de insolvência do Aerogroup, proprietário da marca de calçado Aerosoles, que deu entrada na comarca do Baixo Vouga, em Aveiro, a 22 de Dezembro. Dois dias depois, o Jornal de Negócios revelava que essa acção se prendia com uma dívida da Investvar na ordem dos 1,5 milhões de euros. Situação que não é confirmada pela empresa que remeteu todas as explicações para o comunicado ontem tornado público. Pereira da Costa, o novo administrador, não quis prestar declarações.

O maior grupo de calçado português garante, porém, que o plano de reestruturação "não será perturbado por uma eventual ocorrência" da acção judicial. A administração refere que "continua empenhada" em recuperar e relançar as actividades do grupo, em criar condições para a satisfação dos créditos do grupo e em preservar postos de trabalho. No entanto, há cerca de três meses, a empresa teve de lidar com outro pedido de insolvência por parte do cliente italiano Ka&Ka por uma dívida de 500 mil euros, relativos a serviços de design. No mês passado, as partes chegaram a acordo para a liquidação da quantia.

Em 1992, a Investvar assinou um contrato como o Aerogroup que lhe permitia comercializar a marca Aerosoles na Europa, África e Médio Oriente. A relação comercial terminou em Julho deste ano, quando o grupo português decidiu não renovar a licença devido à imposição de comprar toda a colecção, que seria produzida na China, aos Estados Unidos. O que significaria o fim da produção em Portugal e o fecho das então quatro fábricas - duas em Esmoriz e duas em Castelo de Paiva. Nessa altura, e com um novo cenário nas mãos, a Investvar anunciou a colocação de uma nova marca no mercado, a Move On, que substituiria a Aerosoles em Março de 2010. Um lançamento que, no entanto, não se concretizará, já que a produção da Investvar será temporariamente suspensa dentro de pouco tempo.

O lay-off previsto para os próximos seis meses e que abrangerá 420 dos actuais 565 trabalhadores, que ficarão em casa, não começará esta semana. O sindicato do sector deverá reunir-se amanhã com a administração da Investvar para acertar os pormenores para o início da suspensão temporária do horário de trabalho, que deverá avançar nas primeiras semanas do próximo ano.

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