Benfica-FC Porto foi o jogo menos útil do campeonato português

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Houve muitas faltas e paragens de jogo no Benfica-FC Porto Hugo Correia / Reuters

Sete cartões amarelos - os dois vermelhos a Hulk e Sapunaru foram exibidos já depois de o jogo terminar -, uma repreensão a Jorge Jesus, uma pequena escaramuça em resultado da carga de Rodríguez sobre Javi García, o empurrão de Guarín a Saviola, a substituição do já combalido Ramires e uma recta final em que se complicou muito e jogou pouco. É por estas e por outras que o Benfica-FC Porto é, segundo a estatística fornecida pela Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), o jogo com menos tempo útil até à 14.ª jornada da Liga portuguesa.

Feitas as contas, e reportando-nos aos 112 jogos disputados desde Agosto na presente edição do campeonato, a Liga anotou 5656 minutos úteis, uma média de 50,5 em cada encontro. Destaca-se pela negativa precisamente o último clássico, com apenas 37 minutos úteis - isto num jogo que só teve direito a comemorar um golo. "Na parte final da partida, nos últimos 15 minutos, não houve futebol. Houve paragens, faltas, faltinhas... O senhor Lucílio Baptista não foi capaz de impedir que o jogo caísse nesse registo na parte final", apontou o treinador do FC Porto Jesualdo Ferreira. Foram 19 minutos proveitosos na primeira parte e 17 na segunda.

"Encarnados" no fundo

Numa espécie de tabela distorcida, o Benfica (com 665 minutos úteis/média de 47,5 minutos por jogo) surge mesmo na antepenúltima posição, apenas à frente do Leixões (666/47,5) e do Olhanense (635/45,3). No topo, a União de Leiria (766/54,7) e a Naval 1.º de Maio (756/54).

Em conversa com o PÚBLICO, Augusto Inácio explicou que estes números resultam de um trabalho pedagógico e que têm reflexo directo nos resultados. "Todas as minhas palestras antes dos jogos começam da mesma maneira: "Não quero antijogo, não quero protestos". Se houver um castigo escusado, o jogador é que paga a multa. É uma forma de auto-responsabilização", sublinha o técnico que substituiu Ulisses Morais. "Quando fui para a Figueira a equipa tinha muitos amarelos. Tornámo-nos uma equipa mais disciplinada, um conjunto que não refila com os árbitros", completa.

A alteração dos maus hábitos, diz, começa nos treinos. Um exemplo: "Privilegiamos a entrada da equipa médica apenas em último caso. Já nos treinos não entra sem minha autorização para os jogadores se habituarem. Ganha-se tempo e concentração." O público agradece.

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