Quatro mortos em violentas manifestações em Teerão e outras cidades iranianas

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AS manifestações em Teerão têm sido uma constante desde Junho Reuters

“Os manifestantes cantaram palavras de ordem contra o Governo”, disse aquele site da Internet, segundo o qual também houve recontros entre partidários da oposição e as forças da ordem em Isfahan e Najafabad.

Oficialmente ainda nada se comentou sobre mais este dia de agitação em terras iranianas, onde tudo tem estado muito agitado desde que no dia 12 de Junho o Presidente Mohammoud Ahmadinejad foi reeleito, derrotando Mirhossein Mousavi, que considerou os resultados da eleição “uma perigosa charada”.

As forças de segurança dispararam hoje gás lacrimogéneo para dispersar os manifestantes da oposição que se tinham concentrado na capital e incendiado uma motocicleta da polícia.

Uma coluna de fumo ergue-se sobre o centro de Teerão, afirmou o site oposicionista, citado pela Reuters, depois de a polícia ter bloqueado uma série de ruas e de a luta se ter intensificado.

“A polícia impediu que grupos de manifestantes se juntassem uns aos outros”, numa cidade que tem os seus 12 milhões de habitantes”, disse à Reuters uma testemunha dos acontecimentos.

Outras testemunhas contaram que milhares de iranianos pró-governamentais também se concentraram no centro da gigantesca metrópole, enquanto uma rede de telemóveis deixava de funcionar.

O bloguista Armin Arefi, que segue em directo as manifestações no seu blog “Dentelles et tchador”, no jornal francês “Le Monde”, conta que entre as palavras de ordem de hoje se ouviram “Viva Hossein (o imã) ! MirHossein (Moussavi) !”, “Porque estais calados? Teerão tornou-se Karbala!” (lugar onde morreu o imã Hussein), “Morte ao ditador!” e “Seyed Ali (Khamenei, o Guia Supremo da Revolução) será derrubado!”.

As autoridades tinham avisado a oposição reformista de que não deveria aproveitar-se de um ritual de luto religioso, ontem e hoje, para reactivar o seu protesto contra o regime dos ayatollahs.

A agitação destes últimos seis meses e meio tem sido a maior nos 30 anos da República Islâmica, sempre com as autoridades a desmentirem as acusações da oposição de que a votação foi conduzida de modo a garantir a reeleição de Ahmadinejad.

Ontem, a coincidir com mais este pico da crise, o ministro iraquiano dos Negócios Estrangeiros, Hoshyar Zebari, acusou o Irão de andar a violar as fronteiras, já desde 2006. Os dois países têm uma fronteira comum de 1458 quilómetros.

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