União Europeia dividida sobre "desastre" na capital dinamarquesa

A posição foi reiterada pelos dois países durante uma reunião dos ministros do Ambiente da União Europeia destinada a analisar o "desastre" que constituiu, do ponto de vista da presidência sueca, o resultado da cimeira. A UE, que se empenhou a fundo nas negociações assumindo uma posição de vanguarda, juridicamente vinculativa, de redução das emissões de gases com efeito e estufa, está decidida a manter a pressão sobre os Estados Unidos e China, dados como os responsáveis pelo fracasso.

"Insisti sobre a necessidade de estudar seriamente o princípio de uma taxa carbono nas fronteiras", disse Chantal Jouanno, secretária de Estado do Ambiente francesa. "Se alguns países entre os grandes emissores continuam a impedir a adopção de objectivos vinculativos de redução das emissões, a UE deve prever uma taxa carbono sobre os produtos importados desses países que fazem uma concorrência desleal às nossas empresas", resumiu esta semana Paul Magnette, ministro belga responsável pelo Clima.

Esta posição é fortemente apoiada pela federação europeia de empresários BusinessEurope, que tem alertado para o risco de uma fuga de empresas da UE para os países menos exigentes em matéria de protecção do clima.

Para a Alemanha, no entanto, uma taxa "não é a boa resposta". "Devemos evitar brandir armas, porque isso não nos ajudará", acrescentou o ministro sueco, Andreas Carlgren.

"A maior parte dos países partilha o ponto de vista da Suécia" ao defender que uma taxa carbono "deverá ser a última opção", resumiu Teresa Ribera, secretária de Estado do Ambiente espanhola. Mesmo assim, Carlgren reconheceu que a UE tem o direito de "mostrar os dentes" para exprimir a sua "decepção e frustração". De todos os modos, frisou o ministro, "Copenhaga é um primeiro passo e a UE vai continuar a procurar obter um acordo juridicamente vinculativo" e "assumir as medidas necessárias para assegurar que esse objectivo será atingido".

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