Administração da Cimpor reunida para estudar OPA lançada pela CSN

No conselho de administração de uma das maiores empresas industriais portuguesas têm assento, nomeadamente, representantes da Teixeira Duarte (23 por cento), de Manuel Fino (10 por cento), da CGD (9,6 por cento), da Lafarge (17 por cento) e da Atlansider (6,4 por cento). O Fundo de Pensões do BCP, com 10 por cento, não está na administração, mas tem uma palavra a dizer sobre o futuro da empresa.

A reunião de administração da Cimpor começou por volta das 17h00, com a presença dos dois franceses que representam a Lafarge. Admite-se que os principais accionistas da empresa estejam neste momento a avaliar a situação, de modo a colocar em marcha a defesa da empresa.

A expectativa é que a administração manifeste discordâncias quanto aos termos da investida do gigante brasileiro, com grandes interesses na área do aço. A CSN impõe como condição de sucesso da OPA - que classifica de “não hostil” - ficar com o domínio do capital (50 por cento, mais uma acção) ao preço de 5,75 euros por acção. Mas por detrás da posição que hoje vier a ser tomada encontra-se uma outra solução, que tem estado a ser desenhada, e que visa a reconstrução de uma novo núcleo duro, articulado entre Manuel Fino (Soares da Costa), a Bipadosa (Atlansider) e os brasileiros da Camargo Corrêa. Este grupo vocacionado para a construção de infra-estruturas e de obras públicas no Brasil assumiria uma posição relevante na empresa, embora com partilha do poder.

Daí que em comunicado a Camargo Corrêa tenha esclarecido que “não está a estudar ou a preparar o lançamento de uma oferta pública de aquisição sobre a Cimpor”, embora admita ter mantido “conversas informais com accionistas” da cimenteira portuguesa, com vista a “identificar possíveis oportunidades de actuação conjunta entre ambos os grupos empresariais”. Esta solução não envolveria “o lançamento de qualquer OPA concorrente à que foi lançada na passada sexta-feira” pela CSN.

Por esclarecer está todavia qual vai ser a decisão da Teixeira Duarte, a maior accionista da Cimpor, com 23 por cento do capital, e que está em rota de colisão com os restantes accionistas. Já este mês a Teixeira Duarte viu ser afastado da liderança da Cimpor o seu representante, Jorge Salavessa de Moura, que exercia as funções de presidente executivo e que foi substituído por Bayão Horta. Bayão Horta acumula agora a presidência executiva e não executiva. Por sua vez a Lafarge já deu sinais de estar vendedora.

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