Dirigente socialista João Viegas candidata-se ao PS Oeiras contra “intimidação política”

Em declarações à agência Lusa, João Viegas anunciou hoje a candidatura nas próximas eleições para a direcção da Comissão Política do PS Oeiras, que se realizam em Março ou Abril, sublinhando que não se candidata contra ninguém, mas contra “uma situação que é notada por todos os militantes” socialistas no concelho.

Referindo-se ao “actual estado de práticas do PS Oeiras”, o Viegas denunciou a “intimidação de militantes, chantagem política, carreirismo puro e duro”.

João Viegas deu o seu próprio exemplo: “Disseram que se me candidatasse me desgraçavam a vida e que me tiravam o vínculo laboral com a Fundação O Século”, acrescentando que “se tinha dúvidas [quanto à candidatura], desapareceram nessa altura”.

O candidato opôs-se ainda a uma moção aprovada por unanimidade após as eleições autárquicas, em que o PS rejeitava “quaisquer acordos políticos com o IOMAF [movimento independente liderado por Isaltino Morais]”, recusando não só a aceitação de pelouros, mas a nomeação de qualquer militante do PS para a administração de empresas municipais e ainda para órgãos de confiança política do executivo camarário.

“Concordo que exista uma posição de oposição. Mas há que distinguir limites e liberdades individuais: se o militante tem contrato com a câmara com cariz técnico tem de sair?”, questionou.

Contactado pela Lusa, o actual líder do PS Oeiras e candidato a um novo mandato àquela estrutura, Marcos Sá, afirmou que esta eleição vai “clarificar o relacionamento dos militantes socialistas com Isaltino Morais”.

“Nós não queremos nada com Isaltino Morais. Nem cargos, nem pelouros. Queremos servir o PS e os oeirenses. Parece que o meu camarada, já que votou favoravelmente essa moção, teve medo de dizer o que pensava: que devíamos estar ao lado do IOMAF e aceitar pelouros e cargos”, afirmou.

Marcos Sá felicitou a candidatura de João Viegas, mas “aconselhou” o militante a “não cair na mesma situação do líder do PSD Oeiras [que é adjunto do vice-presidente da Câmara], pelo bem da transparência e posicionamento político”, já que João Viegas é assessor de um vereador de Isaltino Morais.

Confrontado com as acusações de intimidação e chantagem dentro do partido, o líder concelhio negou-as, afirmando que “não há divisões” na estrutura e que os militantes são “muito unidos”.

Quanto à intimidação feita ao próprio João Viegas, Marcos Sá disse ter falado já com o militante, tendo-o “aconselhado a fazer queixa à PSP porque a situação é muito grave”.