Karzai apresentou novo Governo que manterá maioria dos ministros
A lista dos 23 ministros mantém boa parte dos membros do anterior Executivo e deverá agora ser aprovada pelos deputados. O novo Governo terá 25 ministros, mas o nome de dois deles não foi divulgado hoje.
A lista dos 23 ministros foi lida pelo ministro dos Assuntos Parlamentares, Anwar Khan, e após a leitura cada um apresentou-se diante dos deputados.
Karzai foi declarado no mês passado o vencedor das eleições presidenciais marcadas por acusações de fraude e pela desistência do principal opositor, Abdullah Abdullah. O Governo que agora propõe o Presidente mantém 11 dos actuais ministros, nomeia oito ministros novos e quatro que já tinham feito parte do Governo mas não estavam actualmente em funções.
Alguns dos principais ministros, como Mohammad Hanif Atmar, do Interior, e Abdul Rahim Wardak, da Defesa, deverão manter-se à frente destas pastas, caso o seu nome seja aprovado pelo Parlamento, tal como acontecerá com os ministros da Saúde e da Educação, que contam com a aprovação do Reino Unido e dos Estados Unidos, sublinhou a agência AFP.
Apenas uma mulher fará parte do novo Executivo: Husn Banu Ghazanfar, na pasta da Condição Feminina.
“Levámos muito tempo para escolher os ministros, segundo os critérios do povo afegão, os partidos políticos e a comunidade internacional: profissionalismo, experiência e integridade”, disse o porta-voz da presidência, Waheed Omar, em conferência de imprensa. “O Presidente consultou inúmeras pessoas, afegãs e estrangeiras, e penso que a composição do Governo anunciado satisfaz todos”.
Os dois ministros cujos nomes não foram divulgados foram os dos Negócios Estrangeiros – Dadfar Rangeen Spanta deverá deixar o Governo, mas está ainda a preparar a conferência internacional sobre o Afeganistão, que irá decorrer a 28 de Janeiro em Londres – e do Desenvolvimento Urbano, que será apresentado ao Parlamento em breve.
O novo Governo “tem poucos novos rostos”, disse à AFP o analista político Waheed Mujda. “Muitos ministros mantiveram-se em funções a pedido da comunidade internacional e principalmente dos Estados Unidos e isso deixa antever que não haverá mudanças de maior na política do Governo”.