Comunidade Vida e Paz oferece refeições a 2500 sem abrigo
A Comunidade Vida e Paz, que através de 550 voluntários leva todas as noites “uma palavra amiga”, comida e agasalhos aos sem-abrigo de Lisboa, realiza entre hoje e domingo, numa das cantinas da Universidade de Lisboa, a 21.ª Festa de Natal com os sem-abrigo.
Com o apoio do exército português, 1100 voluntários vão preparar mais de quatro mil refeições para cerca de 2500 sem abrigo e famílias extremamente pobres, disse o presidente da Comunidade Vida e Paz, Jorge Santos. O responsável destacou o elevado número de voluntários, sublinhando que são de todas as classes sociais e religiões e que vão trabalhar para uma festa católica dos sem abrigo.
As refeições que vão ser confeccionadas nos próximos três dias resultam de donativos de empresas e pessoas particulares, adiantou. A Comunidade Vida e Paz, instituição particular de solidariedade social, tem a sua área de actuação junto dos sem brigo que dormem nas ruas de Lisboa e arredores.
Com 20 anos, a instituição sem fins lucrativos apoia diariamente cerca de 900 sem-abrigo e famílias extremamente carenciadas através do apoio de rua de 550 voluntários, que fazem visitas nocturnas e levam roupa e comida. Mas, “mais do que distribuir alimentos”, o objectivo é conversar com os sem abrigo e motivá-los “a mudar de vida”, afirmou Jorge Santos.
Além do apoio de rua, a Comunidade Vida e Paz presta actualmente auxílio a 250 sem abrigo que estão em recuperação nas várias unidades da instituição. “Ajudamos os sem abrigo a sair da toxicodependência, alcoolismo e a reintegrá-los na sociedade”, sublinhou, adiantando que anualmente a Comunidade Vida e Paz reintegra na sociedade entre 90 a 100 sem abrigo.
Jorge Santos disse que estão contabilizados cerca de 1600 sem abrigo em Lisboa, sendo aproximadamente 60 por cento toxicodependentes, 20 por cento alcoólicos e os restantes de foro mental e desempregados. O responsável disse também que nos últimos anos têm surgido imigrantes entre os sem abrigo, essencialmente oriundos dos países da Europa de Leste, África e Brasil. A falta de emprego e de uma estrutura familiar de apoio leva estes imigrantes para as ruas, explicou.
Leite e pão são as principais carências da instituição, tendo em conta que são distribuídos todas as noites 200 litros e que e são oferecidas 1000 sandes. A comunidade tem ainda como ambição angariar fundos para as obras da futura sede que ficará instalada em Chelas num edifício oferecido pela Câmara Municipal de Lisboa.