Aminatu Haidar já está de volta a casa para “primeiro, beijar a mãe e os filhos”

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Aminatu Haidar, ontem à saída do hospital de Lanzarote e a caminho do aeroporto Borja Suarez/Reuters

“A primeira coisa que vou fazer é beijar a minha mãe e os meus filhos”, declarou pouco antes de entrar no avião, onde viajou acompanhada do seu médico pessoal, Domingo de Guzman Pérez, e a irmã Laila Haidar, que desde o dia anterior se encontrava com ela em Lanzarote.

Esgotada e frágil, envolta numa manta azul e branca, regozijou-se com a possibilidade de finalmente regressar a casa: “É um triunfo, uma vitória do direito internacional, dos direitos humanos, da justiça internacional e da causa sarauí. Desejo felicidades à sociedade civil, à plataforma [pelos direitos dos sarauís], a todos os órgãos de comunicação que nos apoiaram, muito obrigado pela vossa presença permanente”.

Foi então conduzida de ambulância até à pista do Terminal 2 do aeroporto de Lanzarote, acompanhada de uma comitiva de umas duzentas pessoas, na maioria suas compatriotas, que em júbilo gritaram “Sara! Sara!” quando o avião levantou voo. Haidar viajou sem qualquer passaporte, apenas com um salvo-conduto, o mesmo documento que já utilizara na frustrada saída de 4 de Dezembro, quando chegou a subir a bordo de um avião que nunca teve autorização de Marrocos para aterrar em El Ayoun.

Haidar reivindicava o direito de voltar a casa desde que as autoridades marroquinas a expulsaram de El Ayoun, quando regressava dos Estados Unidos, onde se deslocara para receber o Prémio Coragem Cívica da Train Foundation. Nos documentos de embarque escreveu “Sara Ocidental” em vez de “Marrocos” – como já fizera antes – e foi quanto baste para Rabat considerar que a activista renunciara à sua nacionalidade, forçando-a a partir para a ilha das Canárias.

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