Belga substitui Lopes da Mota na presidência da Eurojust

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Lopes da Mota foi alvo de um processo disciplinar por alegadas pressões no caso Freeport Enric Vives Rubio

Uma nota de imprensa da Eurojust refere que José Luís Lopes da Mota informou hoje “o Colégio da Eurojust, durante a sua sessão plenária, de que ontem [quarta-feira] apresentou a sua demissão como membro nacional de Portugal às autoridades portuguesas”.

De acordo com as regras da instituição, sediada em Haia, o vice-presidente mais antigo substitui interinamente o presidente em caso de ausência ou renúncia.

“Quando todos os procedimentos necessários estiverem cumpridos”, Coninsx “assumirá a presidência até à eleição de um novo presidente”, o que acontecerá “num futuro próximo”, segundo o comunicado.

A nota de imprensa sublinha que a Eurojust “faz este anúncio com pena, mas também com respeito e compreensão pela decisão de Lopes da Mota”.

Lopes da Mota pediu quarta-feira ao Governo português para abandonar a Eurojust, tendo o Ministério da Justiça aceitado o pedido, depois de o Conselho Superior do Ministério Público ter decidido suspendê-lo da magistratura por 30 dias na sequência de um processo disciplinar por alegadas pressões sobre outros magistrados do MP responsáveis pelo caso Freeport.

O procurador-geral adjunto integrava a Eurojust desde 2001, por nomeação do Governo português, e tinha sido eleito presidente do organismo pelos seus pares em 2007.

O processo Freeport está relacionado com alegadas suspeitas de corrupção e tráfico de influências no licenciamento do espaço comercial, em 2002, quando o actual primeiro-ministro, José Sócrates, era ministro do Ambiente.