UE faz as pazes com a Microsoft no diferendo sobre os browsers
A partir de agora os utilizadores vão poder escolher o browser no seu sistema operativo Windows (que vem por defeito com o omnipresente Internet Explorer).
“Milhões de consumidores europeus irão beneficiar desta decisão ao passarem a ter a liberdade para eleger qual o browser que preferem usar”, sublinhou a comissária europeia para a Concorrência, Neelie Kroes.
Para evitar multas de Bruxelas e apaziguar as instâncias comunitárias, a Microsoft comprometeu-se a facilitar durante os próximos cinco anos, no espaço económico europeu, um menu de início que irá permitir aos utilizadores do Windows XP, Windows Vista e Windows 7 instalar facilmente, se assim o desejarem, até dez rivais do Explorer, como o Firefox (Mozilla) e o Chrome (Google), escolher um destes como pré-definido e, inclusivamente, desactivar o Explorer.
O Executivo comunitário considera que este sistema irá fomentar a competição e irá facilitar o aparecimento de novos produtos.
Também os fabricantes de computadores poderão instalar browsers rivais do Explorer, estabelecê-los como pré-definidos e desactivar o produto da Microsoft.
A Microsoft comprometeu-se ainda a melhorar a compatibilidade do seu “software” Windows, Windows Server, Office, Exchange e SharePoint com produtos de outras empresas, escreve o “El Mundo”.
A Comissão, guardiã da concorrência na UE, tinha aberto um inquérito ao browser da Microsoft em Janeiro de 2008.
O Executivo comunitário converteu os compromissos assumidos pelo gigante da informática em juridicamente vinculativos. Isso significa que se a Microsoft não os cumprir, Bruxelas poderá impor uma multa de até 10 por cento do volume de negócios da empresa.
Para além disso, a Comissão irá rever este acordo dentro de dois anos e a Microsoft deverá passar a informar as autoridades sobre o cumprimento desta norma de forma regular. A aplicação da norma deverá começar daqui a seis meses.
O Internet Explorer conta com uma quota de mercado global de mais de 50 por cento, ao passo que o Firefox alcança 32 por cento e o Opera (da norueguesa Opera Software, cujos protestos iniciaram este processo) cerca de dois por cento.