AG aprova reestruturação financeira, SAD sai da falência técnica e grupo dispara passivo para 500 milhões
A aprovação irá permitir à SAD do Benfica sair da situação de falência técnica em que se encontrava, passando a ter capitais próprios positivos de 28 milhões de euros em vez dos 11,8 milhões com que encerrou o último exercício.
De acordo com a proposta, esses 28 milhões de euros representam 25 por cento do capital social da SAD, que passará de 75 para 115 milhões, ou seja, um aumento de 40 milhões.
No mesmo plano está projectado o reforço da posição do clube na SAD, directa e indirectamente, passando de 51 por cento para 68 - 40 por cento do clube mais 28 por cento da Benfica SGPS -, o que fará disparar o passivo do Grupo para 497,3 milhões de euros.
O passivo da SAD aumentará para 246,8 milhões, enquanto o do clube sofrerá uma redução de 84,2 milhões (era de 162,2 milhões e passa para 78 milhões).
Ao mesmo tempo, o clube deixa de dever 77,1 milhões de euros à SAD, à Benfica Estádio e à SGPS, passando a ser credor de 5,1 milhões da SAD.
A direcção recebeu também “luz verde” da assembleia para concretizar a fusão da Benfica Estádio com a SAD, embora esta operação esteja dependente do “Project finance”.
No final da reunião magna, o presidente da Assembleia-Geral do Benfica, Luís Nazaré, deu os parabéns à direcção do clube “pela forma como apresentou a proposta”, de modo “a que todos os benfiquistas a tenham compreendido que este era o caminho a seguir”.
Sobre as repercussões desta reestruturação hoje aprovada, Luís Nazaré referiu que “incidirão na situação económica e financeira do grupo empresarial do Benfica e na posição económica do clube nas diversas sociedades que o compõem”.
Para Luís Nazaré, esta reestruturação “era fundamental” porque introduz “maior racionalidade na lógica do Grupo”, permitindo resolver algumas “situações prementes como o artigo 35 do código das sociedades comerciais”, que impunha “uma resolução relativamente à situação de capitais próprios da SAD”.
Neste novo contexto, o presidente da Assembleia-Geral considerou que o Benfica tem “uma situação económica e financeira capaz, que resolve um conjunto de estrangulamentos que havia e outras situações de incumprimento relativo que estão completamente ultrapassadas”.