Imagine Cup 2010 está em marcha, em linha com os desafios do milénio da ONU

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No ano passado a Microsoft Portugal contabilizou mais de 1300 registos no Imagine Cup 2009, o que fez de Portugal o quinto país da Europa com maior número de inscritos DR

Para além de poderem ajudar a tornar o mundo num lugar melhor, as equipas de estudantes que decidam participar poderão igualmente ganhar prémios no valor máximo de 25 mil dólares (17 mil euros). A finalíssima decorre em Varsóvia (Polónia), em Julho de 2010.

Vítor Santos, da Microsoft Portugal - o gigante da informática é o promotor mundial da competição -, diz que “o Imagine Cup se transformou rapidamente na maior competição internacional de tecnologia para estudantes de todo o mundo e representa aquilo que a próxima geração de líderes de empresas e de tecnologia pode alcançar”.

Há cinco categorias nas quais é possível participar: design software, game design, digital media, IT challenge e embedded development. As especificidades de concurso para cada uma destas categorias está disponível em http://www.microsoft.com/portugal/imaginecup/default.mspx.

“As últimas edições do Imagine Cup em Portugal provaram que a criatividade e a paixão dos estudantes portugueses pela tecnologia são muito grandes, sobretudo na medida em que esta pode fazer a diferença na vida diária das pessoas”, acrescentou ainda Vítor Santos, citado em comunicado de imprensa.

Para além da Microsoft, a Imagine Cup 2010 (que vai na sua sétima edição em Portugal, oitava mundial) terá como parceiros portugueses a Liberty Seguros e a Siemens Portugal.

Estas empresas já se disponibilizaram para ajudar os estudantes com os projectos mais aliciantes, através de financiamento directo e ajudas logísticas ao estabelecimento de uma start-up.

“Para a Microsoft esta é uma oportunidade de sublinhar a necessidade de apoiar o talento dos estudantes em ciência e tecnologia, ajudando as pessoas a concretizar o seu verdadeiro potencial”, indicou ainda Vítor Santos.

No ano passado a Microsoft Portugal contabilizou mais de 1300 registos no Imagine Cup 2009, o que fez de Portugal o quinto país da Europa com maior número de inscritos.

Em 2009, a final mundial decorreu no Cairo, onde Portugal foi representado por uma equipa da Universidade Nova de Lisboa, com o projecto Personal Energy Management System que visava a criação de um sistema de produção e partilha de energia humana que alimente o ambiente, colocando as pessoas a gerar a energia que necessitam para a sua vida.

A melhor prestação até ao momento de uma equipa portuguesa ocorreu, porém, em 2008, em Paris. Uma equipa da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro conquistou o júri com um projecto de reciclagem de óleo alimentar.

A importância da sustentabilidade, um dos objectivos do milénio

Depois de já ter sido apresentada em Lisboa e no Porto, o “roadshow” de apresentação do Imagine Cup (que conta com o alto patrocínio de Maria Cavaco Silva) pelas principais universidades portuguesas terminou hoje no departamento de engenharia informática da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra.

O PÚBLICO esteve presente na sessão, que contou ainda com um colóquio sobre os desafios que se colocam hoje à sustentabilidade ambiental, um dos desafios do milénio. A Siemens, um dos parceiros do Imagine Cup, fez-se representar por Luís Marçal, responsável pelo desenvolvimento da automação energética. Neste domínio, Luís Marçal falou sobretudo de dois grandes desafios de futuro que ajudarão a tornar o Planeta mais sustentável: os carros eléctricos e as chamadas “smart grids”, ou seja, as redes inteligentes.

O responsável sublinhou que é estimado que em 2025/2030 um quarto de todos os veículos do mundo sejam já eléctricos, havendo diversas equipas mundiais da Siemens (incluindo em Portugal) a trabalhar neste sentido, sabendo-se que “hoje em dia as baterias [para os carros eléctricos] ainda têm um custo muito elevado e uma autonomia muito reduzida”.

“Isto é algo que leva o seu tempo e vai acontecer de forma natural, porque às vezes não é fácil, nem toda a gente tem garagem para ligar o carro à tomada... O modelo de negócio ainda é um desafio”, reconheceu Luís Marçal, admitindo, porém, que o carro eléctrico é um dos desafios que hoje a Siemens tem a nível mundial” porque ele tornará o Planeta num local ambientalmente mais sustentável.

Quanto ao tema das “smart grids” - ou seja, as redes que gerem de forma racional e eficiente os fluxos de energia eléctrica numa cidade - Luís Marçal considera igualmente que ainda está muito por fazer.

“Para suportar esta nova visão de rede inteligente é preciso controlar a electricidade. E hoje ela é controlada até perto de nossa casa. Mas daí para a frente não há controlo. Vamos ter que passar controlá-la até às nossas casas. Se isso acontecer, a rede - que hoje tem apenas pequenas secções inteligentes - vai ficar, toda ela, inteligente”.

Com este tipo de redes inteligentes, o que se irá conseguir é uma melhor utilização da energia, garantindo que ela não estará a ser desperdiçada onde não faz falta nem deixará de existir onde é mais precisa.

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