Energia já está mais cara do que no ano passado
De acordo com os dados ontem divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), a taxa de inflação homóloga passou de -1,5 para -0,6 por cento, um valor que, apesar de ainda negativo, é o mais alto desde o passado mês de Abril. A taxa de inflação média dos últimos doze meses - a que geralmente é utilizada nas negociações salariais - ainda desceu de -0,6 para -0,8 por cento, mas também abrandou o seu ritmo de queda.
A principal razão para a diminuição acentuada dos preços em termos homólogas esteve nos produtos energéticos, como o gasóleo e a gasolina. Segundo o INE, durante o mês de Novembro, os preços destes bens subiram 1,7 por cento. Este facto, combinado com a queda de 5,1 por cento que se tinha verificado em igual mês do ano passado, levou a que a variação homóloga passasse de -5,2 para 1,6 por cento.
É necessário recuar até Outubro para encontrar, nos produtos energéticos, outra variação anual positiva dos preços.
Este fenómeno já era esperado por analistas, que previam que a inflação em Portugal começasse a partir do final deste ano a regressar a território positivo. Isto acontece à medida que os preços actuais começam a ser comparados com os preços registados há doze meses atrás, precisamente a altura em que o mercado internacional de petróleo começou a cair.
Ainda assim, é de notar a persistência das variações negativas de preços que se verificam na generalidade dos outros bens, onde os preços são normalmente menos voláteis. A taxa de inflação homóloga para os produtos excluindo alimentação e energia manteve-se inalterada em -0,4 por cento, o valor mais baixo de que há registo.