Assis quer debate sobre os custos da regionalização

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Líder parlamentar do PS, Francisco Assis, quer lançar "discussão séria" sobre regionalização Adriano Miranda

Francisco Assis, presidente da bancada, quer lançar "uma discussão séria, serena e atempada sobre a regionalização", um "compromisso" do programa eleitoral para cumprir até ao fim da legislatura que o Governo não encara como prioridade imediata. Este debate deve ser feito sem tabus, incluindo os custos das regiões, que, em 1994, levaram o actual Presidente Cavaco Silva, então primeiro-ministro, a dizer que custaria "um balúrdio".

"Somos a favor da criação das regiões e há um caminho a percorrer. Esse caminho passa por um debate muito concentrado na avaliação das questões concretas. Quanto custa? Para que serve? De que forma se vão articular com os outros poderes já existentes em Portugal? E como [as regiões] podem contribuir para o reforço da coesão nacional", afirmou.

As regiões exigem um referendo - em 1998 o "não" ganhou numa consulta não vinculativa -, mas Assis admite que só volte a acontecer depois das presidenciais de 2011, posição em que o Governo e o PS são acompanhados, por exemplo, por José Pedro Aguiar-Branco, líder da bancada do PSD.

Aliás, os socialistas só avançam para novo referendo, exigido pela Constituição, havendo "o máximo consenso possível", ou seja, um acordo com o PSD. Assis vê alguns sinais positivos. No PSD, onde muitos se opõem à regionalização, há pessoas que mudaram. Um exemplo é Rui Rio, "vice" de Manuela Ferreira Leite e presidente da Câmara Municipal do Porto.

A regionalização divide opiniões e no PS não é excepção. Mário Soares, fundador e líder histórico do partido, é contrário à ideia das regiões, uma posição usada pelos partidários do "não".

Três dias depois de anunciada a concessão do troço do TGV Poceirão-Caia, integrado na ligação de alta velocidade Lisboa-Madrid, o ministro das Obras Públicas, António Mendonça, vai falar aos deputados sobre competividade e desenvolvimento regional ao lado do ministro da Economia, Vieira da Silva.

Em Beja, cidade que o PS conquistou ao PCP nas autárquicas, os socialistas vão ainda fazer uma série de visitas, incluindo às minas de Aljustrel e à Barragem do Alqueva.

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