Várias pessoas detidas no Irão por terem rasgado fotografia do ayatollah Khomeini

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O clima de tensão no país acentuou-se desde que os estudantes começaram a apoiar em força o líder da oposição nos protestos de há uma semana Reuters

Estas detenções foram conhecidas um dia após o líder supremo iraniano, ayatollah Ali Khamenei, ter agudizado o tom dos avisos aos líderes da oposição pró-reformas, acusando-os expressamente de violarem a lei por insultarem a memória do líder revolucionário que mudou o rumo do país há 30 anos.

O procurador de Teerão, Abbas Jafari Dolatabadai, avançou que “todos aqueles que estiveram no local [onde foi rasgada a imagem] foram identificados” e que foram feitas “várias detenções”, incluindo uma nas manifestações de 7 de Dezembro, Dia Nacional do Estudante. Mas não precisou exactamente quantas pessoas foram presas.

“Um deles confessou”, avançou apenas aquele responsável, citado pela agência iraniana IRNA, e prometendo que “não haverá misericórdia para aqueles que insultaram o fundador da revolução”.

O clima de tensão no país acentuou-se desde que os estudantes começaram a apoiar em força o líder da oposição e antigo primeiro-ministro Mir-Hossein Mousavi nos maciços protestos de há uma semana – os maiores desde o Verão, logo após aqueles que se seguiram à recondução ao poder, em Junho, do Presidente ultra-conservador Mahmoud Ahmadinejad – tendo-se registado violentos confrontos com as forças de segurança armadas de bastões e gás lacrimogéneo. Nessa altura, a televisão estatal mostrou imagens de pessoas, que identificaram como apoiantes da oposição, a rasgarem e pisarem uma fotografia de Khomeini.

A oposição, porém, acusa as autoridades de terem planeado a suposta “dessacralização” da imagem do líder como pretexto para porem em marcha medidas para enfraquecer o movimento reformista no país. E hoje mesmo Mousavi apelou à continuação dos protestos contra o Governo ao mesmo tempo que instava as autoridades a porem fim à “violência” para evitar uma radicalização da contestação.

“As pessoas têm razão em fazer perguntas (...) É preciso não agir contra elas pela força. Se lhes fossem dadas respostas a essas perguntas e se não tivessem reagido contra eles com violência, não teríamos assistido a certos actos [que põem em causa os fundamentos da República Islâmica]”, afirmou Mousavi, citado pelo site de internet Rahesabz, que lhe é favorável.

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