Ban Ki-moon apela ao redobrar de esforços pelo clima
A partir de Nova Iorque, Ban Ki-moon lembrou que “este já não é o momento para gesticular (...); cada país deve fazer a sua parte para selarmos um acordo em Copenhaga”, desafiou.
“Se deixarmos nas mãos dos líderes resolverem tudo ao último minuto, arriscamo-nos a ficar com um acordo fraco. Ou nenhum acordo de todo”, alertou.
Os delegados de 193 países – cujos 110 chefes de Estado são esperados para o final da conferência – devem chegar a acordo até sexta-feira sobre a melhor forma de limitar o aumento da temperatura do planeta em 2ºC, em relação aos níveis pré-industriais para evitar o caos climático.
No final de um dia marcado por tensões entre países pobres e ricos, a presidente dinamarquesa da conferência, Connie Hedegaard, desdramatizou a fúria africana. No entanto previu outras “míni-crises” até sexta-feira porque “existem muitos interesses em jogo”, explicou à estação de televisão dinamarquesa TV2 News.
Os 53 países africanos, liderados pela Argélia, suspenderam durante algumas horas a sua participação nos grupos de trabalho para protestar contra a falta de atenção dada ao futuro do Protocolo de Quioto. “Este é o único instrumento que nos garante que uns e outros assumirão compromissos mínimos” para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa, disse o delegado do Gabão, Etienne Massard Makaga.
Mas o Japão e a Austrália recusam discutir novos compromissos, para depois de 2012, enquanto não se avançar sobre aquilo que os Estados Unidos e os grandes países emergentes deverão assumir.
Segundo um observador europeu, a crise instalou-se em Copenhaga sobretudo porque a presidência dinamarquesa “quis avançar demasiado depressa” ao reunir sábado e domingo os primeiros ministros do Ambiente que chegaram à cidade, enquanto a maioria só chega a partir de hoje à noite.
“Numerosas questões terão de ser resolvidas nos próximos dias”, notou o ministro britânico para o Clima, Ed Miliband, em Copenhaga.
O primeiro-ministro australiano, Kevin Rudd, enviou uma mensagem a partir de Sidney: “Para chegarmos a um acordo forte é preciso fazer mais compromissos, de todas as partes”, desafio, lembrando o “risco de fracasso” ainda possível.
Em Bruxelas, o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, lançou também o seu repto: “O que será de nós e o que diremos ao mundo se, com mais de cem chefes de Estado e de Governo vindos de todo o mundo, não conseguirmos chegar a acordo?”, questionou, considerando este um cenário “impensável”.
A China excluiu qualquer responsabilidade no caso de um eventual fracasso.