Ex-embaixador moldavo em Lisboa encontra-se em parte incerteza
“Oficialmente, Mihail Carmezan está de férias, mas desconhecemos o seu paradeiro”, declarou ao diário “Komsomolskaia Pravda da Moldávia” Valeri Turia, porta-voz do MNE moldavo, comentando as alegadas ligações do ex-embaixador e de quatro funcionários da representação diplomática a uma rede de auxilio à imigração ilegal em Portugal.
“Enviámos um pedido oficial de informação à parte portuguesa, onde solicitámos toda a informação sobre o processo. Só a investigação pode determinar a verdade. Esperamos o veredicto dos órgãos de investigação de Portugal. Porém, independentemente do seu conteúdo, devemos reconhecer que isso não tem efeito positivo na opinião pública”, acrescentou.
Segundo o jornal, o antigo embaixador moldavo em Lisboa deveria ter regressado ao seu país no dia 10 de Dezembro, mas foi chamado a 11 de Novembro. Um mês antes, segundo Turia, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Moldávia fez-lhe “uma repreensão severa por violação da disciplina laboral, que se revelou no incumprimento dos seus deveres profissionais”.
“Eu fui ler esse documento, mas lá não está escrito porque motivo concreto é que Camerzan foi castigado. Lá só está o que vos disse”, acrescentou o porta-voz do MNE da Moldávia.
As autoridades diplomáticas da Moldávia afastaram também de funções os quatro funcionários da embaixada em Lisboa: Diana Popa, chefe da chancelaria, os secretários Natália Opea e Eduard Munteanu, a contabilista Valentina Nikolaeva.
O “Komsomolskaia Pravda da Moldávia” precisa que “eles foram chamados e nenhum deles foi nomeado para qualquer cargo no MNE”.
No despacho de acusação de uma rede moldava, o Ministério Público de Portugal acusou os diplomatas moldavos pela prática de corrupção, peculato, abuso de poder, falsificação ou contrafacção de documentos e associação de auxílio à imigração ilegal. Mas, segundo a Convenção de Viena, os diplomatas gozam de imunidade e não podem ser julgados no país onde alegadamente cometeram os crimes.