Governo revela hoje em Évora quem vai construir o primeiro troço do TGV

O Governo anuncia hoje, em Évora, a quem será atribuída a concessão do troço Poceirão-Caia, inserido no eixo Lisboa-Madrid. O agrupamento que ficou melhor classificado no concurso foi o Elos, co-liderado pela Brisa e pela Soares da Costa.

O consórcio Elos apresentou uma proposta final que aponta para um valor de construção de 1359 milhões de euros, um investimento superior ao que era proposto pelo agrupamento Altavia, liderado pela Mota-Engil, que também foi apurado para a fase final de negociações (1334 milhões de euros). Factor decisivo na avaliação das propostas foi o valor médio anual do custo de manutenção, já que o consórcio Elos pede uma factura anual de 12,2 milhões de euros contra os 18 milhões pedidos pelo Altavia.

O concurso foi lançado em Junho de 2008 e visa a atribuição da concessão do projecto, construção e financiamento, manutenção e disponibilização, por 40 anos, das infra-estruturas ferroviárias entre Poceirão e Caia, numa extensão de 170 quilómetros, compreendendo também a exploração da estação de Évora.

O contrato só poderá ser assinado mais tarde, depois de o decreto-lei com as bases de concessão ser promulgado pelo Presidente da República. E o Tribunal de Contas também ainda não analisou os termos do protocolo. O Governo mantém o calendário inicialmente previsto - aponta o início da construção para 2010 e a conclusão da obra no final de 2013.

Entre as propostas iniciais apresentadas pelos concorrentes e as finais houve um ligeiro agravamento dos custos de investimento, na ordem dos 2,6 por cento. O consórcio Elos passou de 1324 milhões de euros de investimento previsto para os 1359 milhões de euros finais. Mas, sublinhou a Rave, foram solicitadas, na fase das negociações, "melhorias objectivas da solução técnica" e o resultado "representa uma redução do investimento em construção, face às estimativas iniciais de Dezembro de 2005, em cerca de 900 milhões de euros". Este troço tem garantidos 641 milhões de euros de financiamento comunitário.

Para a concretização do projecto de alta velocidade, a Rave vai precisar de lançar cinco concursos - para já ainda só lançou dois; faltam os dois concursos para a linha Lisboa-Porto, e o concurso para a linha Porto-Vigo, cuja conclusão, prevista para 2013, derrapou recentemente para 2015.

No segundo concurso lançado pela Rave, o que diz respeito ao mesmo eixo Lisboa-Madrid e prevê a ligação entre Lisboa e Poceirão, algumas destas empresas, eliminadas no primeiro concurso, reorganizaram-se para formar o consórcio Tave Tejo, aquele que apresentou a melhor das três propostas financeiras para a construção do troço que inclui a Terceira Travessia do Tejo. Altavia e Elos apresentaram propostas mais elevadas.

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