Helena de Freitas poderá ser a nova directora do museu Paula Rego

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Helena de Freitas oupará o lugar que era de Dalila Rodrigues Enric Vives-Rubio

Até à hora de fecho desta edição, Helena de Freitas não esteve disponível para comentar, mas, a confirmar-se a sua nomeação, sucederá à historiadora Dalila Rodrigues, que esteve um ano à frente do museu, durante a instalação deste, e que foi inesperadamente afastada em meados de Setembro, um mês e meio após a inauguração do espaço, período de transição para o modelo definitivo de funcionamento.

Na altura, a Fundação Paula Rego alegou divergências a quase todos os níveis, desde a visão para o futuro do projecto às competências da direcção e condições para o exercício do cargo, incluindo aspectos remuneratórios e regalias. Questões que, segundo a Fundação, só foi possível avaliar a partir do momento em que o processo de constituição formal dos órgãos da Casa das Histórias ficou lançado com a publicação de estatutos em Diário da República, a 4 de Setembro.

De resto, esses mesmos estatutos denunciam alguns dos que poderão ter constituido os principiais motivos de tensão, nomeadamente no que toca à liberdade da direcção para programar as actividades do museu, bem como para gerir a sua colecção.

Segundo o Decreto-Lei que cria o modelo de funcionamento da Casa das Histórias, compete ao conselho de administração "programar" e não simplesmente aprovar a actividade da fundação, bem como "preparar, mediante proposta do director do museu" e, de novo, não apenas aprovar, os planos de actividades, tendo liberdade para os rever quando necessário. Compete ainda ao mesmo conselho, com três representantes da pintora Paula Rego e dois da Câmara Municipal de Cascais, "formular e aprovar a política de incorporações [de obras na colecção] do museu".

O Decreto-Lei diz ainda que o director "é responsável pela conservação das obras expostas e em depósito da fundação" e que "exerce o seu cargo em regime de prestação de serviços por um período de dois anos, renovável por deliberação do conselho de administração". Um período de tempo muito reduzido em relação às necessidades de programação.

Nascida em Lisboa em 1958, Helena de Freitas é licenciada em História (1982) e tem um mestrado em História da Arte (1986) orientado por José-Augusto França. Está no Centro de Arte Moderna da Gulbenkian desde 1988, apesar de desde 1983 estar ligada à Fundação com projectos de investigação em arte contemporânea e de comissariado. Entre outras, foi comissária da grande exposição dedicada pela Fundação à obra de Amadeo de Souza-Cardoso, uma das exposições portuguesas mais visitadas de sempre, sendo também responsável pelo catálogo “raisonée” do artista.

Entretanto, tanto Dalila Rodrigues como a sua equipa, entre os quais cinco coordenadores de serviços com contrato até ao final de Dezembro, foram dispensados em finais de Novembro.

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