Em declarações à agência Lusa, o prelado, que é também presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, disse que o prémio “distingue o mérito da sua actividade em diversas áreas da cultura”, sublinhando que D. Manuel Clemente “tem um conhecimento profundo da história de Portugal”.
“O bispo do Porto tem procurado dar o seu contributo para que a identidade de Portugal se preserve”, acentuou.
D. Jorge Ortiga considera que D. Manuel Clemente, “um homem da Igreja”, demonstra, com a sua acção, que “a fé se articula bem com a razão” e daí que a sua voz seja hoje “escutada pelos portugueses e em especial pelos sectores ligados à cultura”.
D. Manuel Clemente, 61 anos, venceu o Prémio Pessoa 2009. “Em tempos difíceis como os que vivemos actualmemte, D. Manuel Clemente é uma referência ética para a sociedade portuguesa no seu todo”, escreve o júri na justificação da atribuição do prémio ao bispo do Porto.
Promovido pelo jornal "Expresso", com o patrocínio da Caixa Geral de Depósitos, o prémio, no valor de 60 mil euros, pretende “reconhecer a actividade de pessoas portuguesas com papel significativo na vida cultural e científica do país”.
Esta é a primeira vez que este prémio, que tem 22 anos, é atribuído a uma pessoa da Igreja.
Entre os distinguidos dos anos anteriores encontram-se o historiador José Mattoso - vencedor da primeira edição (1987) -, a pianista Maria João Pires (1989), o escritor José Cardoso Pires (1997), o arquitecto Souto Moura (1998), o investigador Sobrinho Simões (2002)e o constitucionalista Gomes Canotilho (2003). No ano passado, o prémio foi entregue ao arquitecto Carrilho da Graça.
O júri é presidido por Francisco Pinto Balsemão, líder do Conselho de Admistração da empresa prorietária do Expresso, e tem como vice-presidente o presidente da Caixa Geral de Depósitos, Faria de Oliveira.