CDS-PP exige esclarecimentos sobre "suspeitas" de "motivos partidários" na saída da directora do Centro
“É no mínimo insólito mas politicamente significativo. Insólito que [Beatriz Proença] tenha estado em funções durante uma semana. Politicamente significativo porque revela mais um caso em que o Governo usa o aparelho do Estado como se fosse o aparelho partidário”, afirmou o deputado do CDS-PP José Manuel Rodrigues.
O deputado dirigiu uma pergunta escrita ao ministério da Educação para que “esclareça a razão pela qual indigitou e depois não nomeou”, afirmando que existem “alegadas suspeitas de que por trás da não nomeação estejam motivos partidários”.
Em declarações à Lusa, o deputado disse que pretende confrontar a ministra da Educação, Isabel Alçada, na comissão parlamentar da especialidade, no próximo dia 21, se até lá não houver uma resposta ao requerimento hoje entregue.
Beatriz Proença desempenhou funções de directora regional de Educação até quarta-feira, em Coimbra, no gabinete que pertenceu à anterior responsável da DREC, Engrácia Castro.
No entanto, a ex-delegada regional do Centro da Inspecção-Geral de Educação não chegou a tomar posse como directora da DREC, o que foi quarta-feira justificado pelo ME com um impedimento legal.
"Ao contrário do que tem sido veiculado pela comunicação social, Beatriz Proença nunca foi nomeada directora regional da Educação do Centro por ter sido detectada uma incompatibilidade para exercer aquela função, conforme o art. 8.º nº 2 do DL 170/2009, de 3 de Agosto", referiu o Ministério em comunicado.
A esta incompatibilidade, resultante de Beatriz Proença ter meses antes exercido funções inspectivas na área da DREC, juntou-se alegadamente uma disputa de lugares na sua equipa entre militantes socialistas de diferentes federações distritais do PS, segundo vários meios comunicação social.
Beatriz Proença chegou a publicar na página da DREC na Internet uma saudação enquanto directora regional a "todos os intervenientes no processo educativo" do Centro e, segundo a imprensa, terá pretendido escolher os seus directores adjuntos com independência face a eventuais "directivas" das distritais do PS.