Líder da bancada do PS diz que intervenção de Cavaco "não é indispensável"
Questionado pelos jornalistas à saída da reunião da bancada socialista sobre as “pressões” que personalidades do partido para que o Presidente da República intervenha, o líder parlamentar do PS considerou que não se tratam de “pressões”, mas sim de “opiniões.
Francisco Assis acabou, contudo, por se demarcar dessas “opiniões”, defendendo “que até este momento a intervenção do Presidente da República não era indispensável neste processo”.
“Nós estamos com uma legislatura no início. Há uma fase inicial da legislatura marcada por uma grande conflitualidade, mas eu creio que haverá um momento estabilizador que será o momento da discussão do Orçamento de Estado”, afirmou, reiterando que PS e oposição têm de “saber conviver com esta situação”.
“Nós temos que ter abertura para estabelecer consensos com outros grupos parlamentares uma vez que não dispomos de maioria absoluta, os outros grupos parlamentares também têm que ter abertura para dialogar connosco e eu acho que isso vai acabar por prevalecer”, declarou.
Interrogado se pensa, então, que este ainda não é o momento para Cavaco Silva se pronunciar, Francisco Assis disse não caber a ele determinar “quando é a altura ou deixa de ser para o senhor Presidente da República se pronunciar”.
“Não vejo que a sua não intervenção em relação a esta matéria seja algo que mereça qualquer crítica da minha parte, pelo contrário”, insistiu.
Depois de na segunda-feira, o socialista António Vitorino ter defendido uma intervenção de Cavaco Silva sobre a forma como o chefe de Estado avalia a estabilidade governativa, na quarta-feira o vice-presidente da bancada do PS Ricardo Rodrigues foi mais longe, preconizando a necessidade do Presidente da República se pronunciar e alegando que poderá estar em causa, a prazo, o regular funcionamento das instituições.