Vereador do Urbanismo de Lisboa desconhece protocolo de apoio para a igreja do Restelo
Manuel Salgado, vice-presidente do município e vereador do Urbanismo disse isso mesmo aos jornalistas, no final da reunião do executivo camarário de ontem: "Se existiu algum protocolo, eu, pessoalmente, não tenho conhecimento".
No PÚBLICO de terça-feira, o padre António Colimão, responsável por aquela paróquia há 19 anos, garantiu que o compromisso da autarquia foi assumido por escrito e se traduziu na promessa de 225 mil euros, destinados ao pagamento dos projectos do arquitecto Troufa Real. Segundo o pároco, só terão sido entregues 25 mil euros, presumivelmente ainda antes do fim de 2001, no mandato de João Soares. Este, por seu lado, afirma que não se recorda de ter sido atribuído qualquer subsídio, mas António Colimão acrescenta que no mandato de Santana Lopes ainda pediu os 200.000 euros em falta, tendo-lhe sido respondido que não havia dinheiro disponível.
Estas declarações não coincidem, contudo, com uma notícia publicada em Setembro de 2002, no Diário de Notícias, onde se citava o protocolo anteriormente celebrado entre o município e a paróquia. De acordo com essa notícia, a autarquia tinha prometido 234 mil euros e já tinha pago uma primeira parte, faltando apenas 87 mil euros.
O pároco tem-se escusado a divulgar o protocolo e a autarquia, já solicitada por escrito pelo PÚBLICO, continua a não esclarecer o assunto. "O senhor pároco não colocou o problema à câmara" de uma eventual dívida, limitou-se a dizer Manuel Salgado.
Ordem quer debateA Ordem dos Arquitectos (OA) convidou, há 15 dias, o arquitecto Troufa Real para apresentar o projecto da igreja do Restelo, nas sessões públicas que tem promovido sobre casos mediáticos. De acordo com fonte da OA, citada pela Lusa, o convite da secção regional sul da OA seguiu há 15 dias para o arquitecto, mas ainda não teve resposta.