Especialistas defendem criação de zonas de protecção especial em áreas marinhas para salvar aves da extinção

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A Zona de Protecção Especial do Sado ajudou a preservar várias espécies Pedro Cunha

"As aves marinhas eram pouco conhecidas, mas devido a um projecto pioneiro desenvolvido pela Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves temos vindo a identificar as principais espécies a proteger", disse Luís Costa, director executivo daquele organismo, citado pela Lusa.

Uma das espécies em risco iminente de extinção é a pardela-balear (Puffinus mauretanicus). "É uma ave que tem ninhos e colónias nas ilhas Baleares, em Espanha, mas que também depende da costa portuguesa durante a migração e o Inverno", alerta o biólogo.

Para a conservação da espécie, Luís Costa defende que é necessário sensibilizar os pescadores. "Os pescadores quando lançam anzóis ou redes à água fazem capturas acidentais. É nesta sensibilização que vamos trabalhar numa próxima etapa", afirmou o mesmo responsável.

Como as aves não conhecem fronteiras é essencial a cooperação entre os países para melhor definir essas áreas de protecção especial. É esse o objectivo de dois projectos pioneiros em Portugal e Espanha, que contam com o co-financiamento do Programa Life-Natureza da Comissão Europeia.

Luís Costa sublinha, de igual modo, a importância dos parceiros também a nível nacional, apontando um caso desenvolvido nos Açores. "Na ilha de São Miguel, conseguimos salvar da extinção o priolo [Pyrrhula murina], através da colaboração das autoridades regionais e o co-financiamento comunitário", exemplificou o dirigente da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves.

O VI Congresso de Ornitologia e IV Congresso Ibérico de Ornitologia decorreu na cidade raiana de Elvas entre 5 de Dezembro e ontem.

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