Carro eléctrico: rede de carregamento antecipada para 2011
“Portugal deseja ser o único país do mundo, muito em breve, a ter, não uma rede local de abastecimento ou de carregamento, não uma rede numa cidade, mas uma rede verdadeiramente nacional, que abranja todo o território nacional”, afirmou o primeiro-ministro, José Sócrates, na cerimónia de anúncio da localização da Fábrica de baterias da Nissan, que será construída em Cacia, Aveiro.
Recordando que o Governo tinha a intenção de fazer essa rede de abastecimento até ao final de 2011, José Sócrates anunciou a antecipação da concretização do projecto “até meados de 2011”.
“Quando chegarem os próximos carros eléctricos de todos os fabricantes, Portugal estará em condições de oferecer aos consumidores, não apenas um preço competitivo, mas também uma rede nacional de carregamento”, sublinhou.
Contudo, acrescentou, Portugal não será apenas pioneiro por ter uma rede nacional de abastecimento, mas também porque esta irá ser uma rede integrada e com uma gestão centralizada.
Ou seja, todos os consumidores, independentemente do seu fornecedor de electricidade, terão acesso a essa rede, explicou o chefe do executivo.
Sublinhando a ambição de Portugal de estar na “linha da frente” no que diz respeito ao desenvolvimento, produção e divulgação do carro eléctrico, o primeiro-ministro recordou ainda o sistema de incentivos do Estado criados para os consumidores.
“Desde o início que Portugal apostou no carro eléctrico, porque sempre viu no carro eléctrico uma possibilidade de Portugal se afirmar na linha da frente de uma das áreas da energia que vai sofrer nos próximos anos um processo de investigação e desenvolvimento, que vai certamente conduzir à sua afirmação na mobilidade sustentável em todo o mundo”, acrescentou.
Na sua intervenção, o primeiro-ministro saudou ainda a decisão da Renault/Nissan de construir uma nova fábrica de baterias para carros eléctricos em Aveiro, considerando que se trata de um “investimento estratégico”, não só pelo volume de investimento e pelo número de postos de trabalho que irá criar, mas também pela aposta nas exportações e num “momento de mudança na nossa economia”.
“É a chegada de uma economia mais verde e mais sustentada nas energias renováveis”, sustentou, prometendo que o Estado português continuará a ser parceiro da Renault/Nissan nesta “aventura empresarial”.
José Sócrates aproveitou ainda a ocasião para fazer uma referência à Cimeira de Copenhaga, salientando que tem a “maior expectativa” que do encontro saia “um acordo político claro relativamente à redução de emissões em todo o mundo e também àquilo que deve ser a justa distribuição de recursos e o financiamento de algumas economias para mudarem o paradigma económico”.
“Se o acordo se fizer será um incentivo à aposta nas renováveis”, referiu.