Numa entrevista a ser transmitida hoje no programa “This Week” do canal televisivo ABC, Gates desvalorizou a informação avançada há dias por um suspeito taliban detido no Paquistão que o líder da organização terrorista Al-Qaeda fora visto recentemente em território afegão. “Não”, respondeu peremptoriamente à pergunta se podia confirmar aquelas informações. “Nós não temos como certo onde Osama bin Laden está. Se o soubéssemos íamos buscá-lo”, avançou, precisando que já “há anos” que os serviços secretos norte-americanos não têm nenhumas boas pistas.

Na passada sexta-feira, a BBC publicou uma entrevista exclusiva com um rebelde taliban preso no Paquistão, o qual sustentou ter indícios de que Bin Laden estava de boa saúde e que se encontrara no Afeganistão nos meses de Janeiro ou Fevereiro deste ano.

Não identificado, este taliban narrou aos jornalistas britânicos ter-se encontrado por aquela altura com um contacto “de confiança, um responsável por organizar reuniões entre o homem mais procurado do mundo e operacionais da organização terroristas que se encontram em outros locais, que lhe dissera ter estado com Bin Laden “uns 15 ou 20 dias antes” numa zona fronteiriça do Afeganistão. Sendo esse contacto oriundo da região de Ghazni, deduziu o rebelde detido que “o xeque [Osama] devia estar ali”.

Estas informações foram consideradas “plausíveis” nem “valiosas” pelo antigo analista da CIA Bruce Riedel, ouvido então pela BBC. “Se isto é verdade – e temos aqui um grande ‘se’ – é algo extraordinário e muito importante. Sabemos que Osama bin Laden está vivo e sabemos que está algures na zona dominada pelos taliban ao longo da fronteira entre o Paquistão e o Afeganistão. Mas aqui agora temos alguém que nos diz, pela primeira vez, que viu e esteve com Bin Laden no passado recente”, avaliou o perito.

Estas revelações surgiram, de resto, um dia após o Presidente do Paquistão, Asif Ali Zardari, ter asseverado expressamente aos Estados Unidos e ao Reino Unido que o líder da Al-Qaeda não está em território paquistanês. Respondia então às dúvidas lançadas pelo primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, sobre o empenho dos paquistaneses em que Bin Laden seja capturado.