Associação de municípios quer novo referendo sobre regionalização

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A associação presidida por Fernando Ruas considera haver "muitos mais regionalistas em Portugal" Nuno Ferreira Santos

A decisão faz parte de uma das grandes linhas de orientação para o próximo mandato aprovadas hoje, no último dia do congresso da ANMP, em Viseu.

"Consideramos de grande importância aprovar num congresso nacional como uma das prioridades e linhas orientadoras da ANMP a criação das regiões administrativas. Só isso já seria um acto muito importante, mas vamos contactar os diversos partidos políticos nesse sentido e de os responsabilizar a todos pelo avanço do processo", disse à agência Lusa Rui Solheiro.

O autarca de Melgaço lembrou que a associação "já há alguns anos defende a regionalização" e que este é um reafirmar da sua posição, mas "ainda com mais convicção".

"Nota-se até por parte dos autarcas do PSD uma adesão cada vez maior a este processo da regionalização. Não tenho dúvidas de que, em relação ao que se passou no passado com o referendo, a situação de hoje é totalmente diferente", frisou, acrescentando que existem actualmente "muitos mais regionalistas em Portugal", que "atravessam todos os partidos políticos".

"Estão para além dos próprios partidos. A sociedade civil, a economia, a educação e a cultura são sectores que percebem que o país precisa de avançar com o processo de descentralização que é a criação das regiões administrativas", sublinhou.

Rui Solheiro lembrou que depois de o próprio Governo ter executado, no último mandato, "a distribuição dos serviços desconcentrados do Estado à volta das cinco regiões plano, de alguma forma para preparar o processo para a regionalização", é agora altura de "se avançar de facto para o referendo".

"O facto de agora não existir maioria absoluta permite existirem condições para que não haja partidos a alijaram a sua responsabilidade e todos assumam as suas responsabilidade no sentido de se avançar de facto com a criação das regiões administrativas", considerou.